LADO POSITIVO
José Dias, deputado estadual
Alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes
de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça, o
presidente Michel Temer (PMDB) está prestes a ser formalmente denunciado
pela Procuradoria Geral da República. Mesmo assim, o deputado estadual
José Dias (PSDB) prefere enaltecer “outro aspecto” da gestão federal: a
condução da agenda de reformas. Segundo ele, não obstante as acusações
contra Temer, o governo lidera um programa de reformas que é “uma
absoluta surpresa positiva”.
Para Dias, a rejeição de parcela
significativa da população ao prosseguimento da agenda reformista se
deve à “incompreensão dos beneficiários” das mudanças, notadamente na
legislação trabalhista e na Previdência Social. “Na conflagração em que
nós vivemos, para mim, isso é um milagre [executar as reformas]. O
aspecto das reformas é extremamente positivo e eu espero que o
brasileiro compreenda e apoie”, frisa o parlamentar.
O tucano
celebra ainda outras ações empenhadas pelo governo federal na área das
reformas nestes pouco mais de 13 meses de gestão Temer. Uma delas diz
respeito ao novo marco regulatório do Pré-sal, por meio do qual a
Petrobras fica desobrigada de participar de todos os blocos de
exploração. Para José Dias, era uma “obrigatoriedade imbecil”. Além
disso, o deputado comemora a Lei das Estatais, que estabelece critérios
técnicos para nomeação de cargos executivos em empresas públicas. “Isso é
algo extremamente fundamental, pois terá grande influência para
evitarmos outro episódio como esse da Petrobras”, afirma.
Ainda no
rol das reformas, o deputado estadual lembra a edição da Lei da
Terceirização, em abril, – que, segundo Dias, “permite que a economia
funcione e as pessoas tenham a possibilidade de trabalhar”. Ele também
comenta as reformas trabalhista e previdenciária, as duas que estão foco
do debate político atualmente.
No caso da mudança nas leis
trabalhistas, José Dias opina que a reforma “não levará o país a ser o
mais moderno, mas vai nos tirar do rabo da fila da irracionalidade”. E
na alteração da Previdência, o tucano considera a reforma “fundamental” e
um mecanismo que vai garantir o “futuro”.
No que diz respeito às
denúncias contra o presidente, José Dias afirmou que qualquer julgamento
sobre a conduta do peemedebista não só é “difícil” como também
“perigosa”. “Existe uma agenda policial que eu não tenho a menor
condição de acusar ou defender. Tive uma convivência longa dentro do
PMDB porque minha vida político-eleitoral começou lá. Nunca formei a
ideia de que o presidente Temer era um chefe de quadrilha. Mas não sou
defensor de uma ideia que não conheço”, assinala.
Porém, o
deputado avalia que, ao receber o empresário Joesley Batista em sua
residência oficial e conversar sobre crimes, o presidente da República
“cometeu um ato absolutamente leviano”. “Ele recebeu um marginal, um
bandido, de forma não republicana no Palácio do Jaburu”, comentou Dias.
GOVERNO ROBINSON
Na
interpretação do deputado estadual José Dias, o Rio Grande do Norte
enfrenta dificuldades ainda maiores que a constatada no plano federal.
“Atravessamos uma dificuldade ainda mais agônica que a federal porque
somos um estado pequeno”, conta. Por causa disso, o parlamentar afirma
ser difícil avaliar a gestão Robinson Faria. Por outro lado, considera
que o governador tem se esforçado.
“Há, indiscutivelmente, um
esforço do governo para fazer alguma coisa, mas nós atravessamos um
problema sério. Nós estamos num quadro horrível e dificílimo. Os
problemas são na saúde, na educação e na segurança”, resume.
De
acordo com o deputado, a situação só será resolvida com mais recursos.
“Mas, para isso, é preciso adotar medidas impopulares, e eu não sei se o
governo fará isso. Mas só se resolve com recursos. Se não tivermos
essas medidas, não sairemos das dificuldades. Disso não tenho a menor
dúvida”, registra.
Sobre a possibilidade de Robinson se candidatar
à reeleição em 2018, José Dias destaca que essa decisão cabe
exclusivamente ao governador. “Quem sabe é ele. Ninguém pode fazer esta
avaliação, sobretudo neste momento. Até porque, atualmente, ser
candidato não é uma honra, é uma temeridade. Vamos esperar que ele
decida”, opina.
Ele adota a mesma postura quando perguntado sobre o
futuro do prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), tido como o
principal nome da oposição para uma eventual candidatura ao Governo no
ano que vem. “Ele não está vivendo como em momentos passados, que as
coisas eram mais fáceis. [Sobre 2018], eu não acho nada”, finaliza.
(Tiago Rebolo/AgoraRN)
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