"MORADOR DIZ QUE, NO MOMENTO, NÃO ACONTECIA TIROTEIO NA COMUNIDADE".
No fantástico mundo do Projaquistão, do alto da torre de marfim, a elite intelectual é implacável para julgar (e condenar) todo e qualquer ato da policia.
Sentados em suas salas climatizadas, longe do calor carioca, com as papilas gustativas agraciadas com bons whiskys e o intelecto estimulado com cannabis orgânica, buscam cada detalhe, apontam cada erro, vêem cada falha.
Não têm, porém, a menor noção de como é a realidade. Não conhecem nenhum dos lados.
Não sabem o que é sentir o cheiro de pólvora e sangue, debaixo da farda suada. Muito menos imaginam como é viver sob a lei do silêncio, imposta aos moradores.
Eles, que tanto berram por "liberdade de expressão", direito que têm assegurado pela Constituição, desconhecem o fato de que, nas comunidades, nossas leis não valem. Ali todos estão sob égide do Código do Crime e qualquer desvio é passível de pena capital.
Óbvio que QUALQUER morador vai dizer que NÃO HAVIA TIROTEIO. Se disser o contrário, é a próxima vítima. E, na calada da noite, sem uma operação policial sendo coberta pela imprensa, sua morte não será nem notícia. É só mais um corpo que some.
Há muito, o Rio de Janeiro está em GUERRA. E infelizmente, guerras têm vítimas. Algumas inocentes, como a menina Ágatha.
A culpa dessas mortes, porém, NÃO É da policia.
Querem encontrar culpados? Olhem pra mesa do lado, na sala de redação, e veja aquele coleguinha que "aperta" um baseado; depois, olhe para os parlamentares e para todos os que se sucederam no Palácio Guanabara e permitiram que todas as comunidades fossem tomadas pelo crime; depois, olhem para o próprio crime, para todas as facções covardes, que usam moradores como "escudos" contra a policia e impõe um regime de terror nos seus locais de domínio; por fim, olhem no espelho e vejam a imprensa que usa o corpo de uma menina de 8 anos como palanque para difundir uma ideologia.
Usuários, políticos, criminosos e imprensa. São ESSES os verdadeiros culpados. Culpados, inclusive, pelas mortes dos policiais, que tombam lutando uma guerra que não causaram.
Assistir o Fábio Assunção, que financia o tráfico há anos, com seu "uso recreativo", fazendo presença no velório da garota, para ganhar holofotes, chega a ser uma piada de mau-gosto. Um desrespeito com a vítima e sua família.
Querem descobrir quem matou Ágatha? Olhem para os que estão com os dedos em riste. São eles, que com sangue nas mãos, não apertaram o gatilho, mas a colocaram na mira.
"O mundo não será destruído pelo mal, mas por aqueles que olham e não fazem nada." (EINSTEIN, Albert)
(Por:Felipe Fiamenghi/Jornal da Cidade Online)
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