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- Isac Nóbrega/PR
Brasília - Ao iniciar a sua transmissão ao vivo semanal pelas mídias
sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que aceita críticas à
manutenção do juiz de garantias na lei anticrime sancionada por ele esta
semana, mas reclamou de comentários que ele chamou de cunho "familiar".
"Aqueles
que fizeram críticas construtivas, tudo bem, mas aqueles que foram para
a questão pessoal, familiar, aí lamento, sai da minha página. Crítica a
gente aceita, sem problema nenhum", comentou o presidente.
Como
mostrou o Estadão/Broadcast, especialistas acreditam que o dispositivo
mantido na lei anticrime contra a recomendação do ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sérgio Moro, afastará o juiz Flávio Itabaiana de
Oliveira Nicolau, da 27.ª Vara Criminal do Rio - à frente da fase de
investigação no caso envolvendo o filho do presidente, o senador Flávio
Bolsonaro - da condução de um eventual processo.
Bolsonaro também disse que "90% não sabe o que é juiz de garantias e fica criticando".
Sobre
ter contrariado a recomendação de Moro, o mandatário afirmou que já
discordou do ministro no passado, mas "a taxa de concordância com
ministros é em torno de 95%".
"Moro tem potencial enorme, ele é
adorado no Brasil. O pessoal fala que ele vai vir candidato a
presidente. Se o Moro vier, que seja feliz, não tem problema, o Brasil
vai estar em boas mãos", comentou Bolsonaro. "Não sei se vou vir
candidato em 2022 ou não, se eu estiver bem, pode ser que eu venha, se
não estiver bem, estou fora."
Quando abordou o que chamou de uma
tentativa de incluir o seu nome na investigação do assassinato da
vereadora do PSOL Marielle Franco e do seu motorista, Bolsonaro
questionou se a Polícia Civil do Rio de Janeiro estaria "a serviço da
Justiça ou de alguém que quer ser presidente". O governador do Estado,
Wilson Witzel (PSC), vem sendo alvo frequente de críticas do presidente.
Outro
ministro citado por Bolsonaro foi o da Educação, Abraham Weintraub,
que, segundo o presidente, "está indo bem" na pasta, "mas não pode fazer
milagre".
Cota de tela
Sobre a cota de
filmes nacionais em cinemas do País, o presidente disse que vai fazer
filmes "que interessam à maioria da população, e não às minorias". "Esta
semana estão batendo em mim sobre cota de tela para filmes brasileiros.
O que o pessoal tem de entender é que é uma lei", disse ele.
O
governo estabeleceu cotas mínimas que cinemas de todo o País terão de
cumprir para exibição de filmes de longa metragem nacionais. O decreto,
assinado no dia 24 de dezembro, impõe uma quantidade mínima de dias e de
diversidade de títulos que deverá ser atingida em 2020.
A cota
imposta a cada empresa proprietária ou arrendatária de salas será
calculada de acordo com o número de telas, conforme normas que serão
expedidas pela Agência Nacional do Cinema (Ancine).
"Estamos
tirando o Estado um pouco de lado, agora, vamos fazer alguns filmes, não
posso zerar a cota. Agora, filmes diferentes dos que vinham sendo
feitos", afirmou.
Segundo Bolsonaro, o governo irá fazer filmes
"que interessam, da história do Brasil, da nossa cultura, da nossa arte,
que interessa à população como um todo e não às minorias".
"Obviamente
que fazendo bons filmes, não vamos precisar de cota mais. Há quanto
tempo a gente não faz um bom filme, não é? Não vou entrar nesse
detalhe", afirmou. "Aliás, os filmes que estamos fazendo a partir de
agora não vai ter mais a questão de ideologia, aquelas mentiras todas de
histórias passadas, falando do período 1964 a 1985, mentiras do
presente, é sempre confundindo, fazendo a cabeça da população como se
esse pessoal da esquerda fossem os mais puros éticos e morais do mundo e
o resto fosse o resto. Perderam! Vote melhor nas próximas eleições "
Carnes
Diante
do alto preço da carne bovina no País, o presidente disse, na
transmissão ao vivo, que determinou que o alimento só fosse servido uma
vez por semana no Palácio do Alvorada. "Ah o presidente tem mordomia,
tem carne de graça. Tenho carne de graça, não tenho dúvida disso, sem
problema nenhum. Mas determinei aqui no Alvorada, na semana passada,
carne uma vez por semana, logicamente que a minha esposa mandou passar
para duas", disse ele.
Ele rechaçou a hipótese de se tabelar o
preço do alimento e disse que o Brasil é um País de livre mercado e que
as coisas devem se "acomodar". "A gente resolve o problema, passa a
crise. Agora, tabelar, isso não existe. Subsídio, criar imposto, isso
não existe", disse.
"Tivemos lá atrás crise de outros alimentos,
do tomate, do feijão, devagar o mercado vai se acertando. O pessoal
dizendo que o preço do boi subiu porque o dólar estava R$ 4,26, agora tá
R$ 4. Outros países estão comprando? Estão, estão fazendo negócio. A
questão do pecuarista é isso, passaram nove anos no zero a zero,
perdendo, e conseguiram dar uma recuperada agora", afirmou.
(Por:Estadão Conteúdo)
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