CORRUPÇÃO
Prefeito é acusado de envolvimento em esquema de desvio de verba pública
A pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), a
Justiça pode afastar do cargo o prefeito de Extremoz, Joaz Oliveira. O
gestor é acusado de envolvimento em um suposto esquema de desvio de
recursos públicos a partir de fraude em licitações e superfaturamento de
contratos com uma empresa da área de iluminação pública.
No início do mês, o juiz Diego Costa Pinto Dantas, da Comarca de
Extremoz, determinou o bloqueio de bens de Joaz Oliveira, da empresa
envolvida no suposto esquema e de outras oito pessoas, incluindo o
ex-vereador e empresário Valdemir Cordeiro Lopes, mais conhecido como
Mica. Ao todo, foram bloqueados bens no valor de quase R$ 2,5 milhões,
equivalentes ao que teria sido desviado da Prefeitura.
Além do bloqueio de bens, o magistrado mandou afastar de cargos
públicos todos os envolvidos. A exceção foi justamente o prefeito,
entretanto, o juiz abriu margem para que a decisão seja revista
posteriormente.
“Determino (…) o afastamento cautelar dos cargos em relação a todos
os demandados que tenham algum tipo de vínculo com a Administração
Pública, à exceção da pessoa do demandado Joaz Oliveira Mendes Silva,
decisão esta que pode ser revista durante o trâmite processual”,
escreveu o juiz.
O suposto esquema é investigado pelo Ministério Público desde 2017. O
órgão acusa irregularidades em três contratos firmados pela Prefeitura
de Extremoz, já na gestão de Joaz Oliveira, com a empresa RB Locações e
Construções Eireli – ME, para prestação de serviços na área de
iluminação pública.
Para o Ministério Público, as pessoas e empresa investigadas teriam
formado um esquema articulado desde as eleições municipais de 2016 para,
dentro da gestão de Joaz Oliveira como prefeito, obterem vantagens
financeiras por meio da prática de atos em prejuízo ao erário público.
A empresa beneficiada seria, na realidade, de Mica, então aliado do
prefeito. Na interpretação do juiz, há “fortes demonstrações” de que
isso aconteceu. Segundo o MPRN, há indícios de favorecimento, fraude e
superfaturamento em benefício da empresa vencedora do certame.
À Justiça, o Ministério Público relatou, ainda, que, no curso das
investigações, houve ocultação de documentos, exonerações de cargos
comissionados ligados a um dos investigados e obstrução de acesso ao
Portal da Transparência.
(Por:AgoraRN)
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