domingo, 2 de fevereiro de 2020

'Eu já trato Moro como meu candidato a presidente em 2022', diz ex-líder do PSL. Adversários de Bolsonaro no partido que o elegeu, como Delegado Waldir, estimulam candidatura do ministro da Justiça

BRASIL,  POLÍTICA
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, no programa do Pânico Foto: Reprodução
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, no programa do Pânico Foto: Reprodução

Ex-aliados do presidente Jair Bolsonaro já começaram a fazer campanha para convencer o ministro da Justiça, Sergio Moro, a se candidatar ao Palácio do Planalto em 2022. Na sexta-feira, ÉPOCA revelou que Moro recebe há cinco meses pesquisas feitas por um instituto sobre o seu desempenha em uma possível disputa eleitoral.

Aliado do presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, o ex-líder da legenda na Câmara Delegado Waldir (GO) afirma que tem pedido pela candidatura em todos os posts do ministro no Instagram. No domingo, Moro criou uma conta na rede social.

Delegado Waldir (PSL-GO) apresentou consulta ao TSE sobre novo entendimento para desfiliação Foto: Jorge William / Agência O Globo
Delegado Waldir (PSL-GO) apresentou consulta ao TSE sobre novo entendimento para desfiliação Foto: Jorge William / Agência O Globo

 "Sempre comento em todas as postagens dele. Não sei se ele vai sair candidato ou não, mas já trato como meu candidato a presidente em 2022. Já lancei aqui em Goiás e já estou lançando em qualquer lugar. O presidente Bolsonaro se afastou daquilo que eu milhões de seguidores pensamos. Se afastou da ética. E o Moro representa os valores da Lava-Jato", avalia Waldir.

O ex-líder do PSL acrescenta ainda que o episódio em que Bolsonaro cogitou a recriação do Ministério da Segurança Pública, com a possibilidade de retirar-lhe as atribuições da área, foi um ataque direto ao ministro. 

"Todo príncipe que pode se tornar rei é desprezado, humilhado. E há uma tentativa clara de destrui-lo", diz Waldir. 

Já outros parlamentares do partido preferem emitir mensagens cifradas de apoio a uma possível candidatura de Moro. Joice Hasselmann (SP), por exemplo, escreveu em mensagem no Twitter que o ministro, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, mostrou que "está pronto para desafios ainda maiores".


Joice pode perder liderança na Câmara Foto: Daniel Marenco
Joice pode perder liderança na Câmara Foto: Daniel Marenco

No Instagram,  comemorou a adesão do ex-juiz à rede social: "Moro arrebenta no Instagram! 112 mil seguidores por dia!". 

Os aliados do presidente da República sustentam que Moro é fiel e, por isso, não participaria de uma disputa eleitoral contra Bolsonaro. Para o deputado Bibo Nunes (PSL-RS),  "não há a menor hipótese de Moro se rebelar".


"Intrigas é o que mais tem contra o governo. E também há a tentativa de colocar em choque o Moro contra o Bolsonaro", diz o parlamentar a ÉPOCA.

Em transmissão ao vivo publicada durante a semana, a deputada Bia Kicis (DF) também reforçou o mesmo discurso. Ao comentar o desempenho de Moro em entrevista ao Roda Viva, ela usou o mesmo argumento. "Ficou muito claro de que não existe nenhuma animosidade entre ele (Moro) e o presidente. A imprensa vive querendo fazer isso", disse a deputada.



(Por:Bruno Góes/Época)

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