BRASIL, POLÍTICA
Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca Polícia Federal/AFP
Dois apartamentos de luxo, avaliados em cerca de 7 milhões de reais
cada, em um condomínio de alto padrão em Itapema (SC), no mesmo prédio
do craque Neymar. Três imóveis na Ilha do Governador (RJ) e um na Praia
do Morro, em Guarapari (ES). Um apartamento de um andar inteiro na orla
da Barra da Tijuca, no Rio, e coberturas e terrenos em Búzios, Ipanema e
no Alto Leblon. Em comum, todos os imóveis têm um perfil muito
específico de proprietário: traficantes de drogas. O inventário dos
bens, a que VEJA teve acesso, faz parte de uma lista de pertences que a
justiça confiscou e que o governo pretende levar a leilão ainda este
ano.
Os dois imóveis no litoral catarinense – um luxuosamente mobiliado e
que será leiloado com tudo dentro, até os talheres – foram tomados do
barão do tráfico Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca. O
narcotraficante já foi considerado o maior do Brasil, com movimentação
financeira estimada em 1,2 bilhão de reais em duas décadas de atividades
criminosas. Era o principal fornecedor de entorpecentes das duas
maiores facções criminosas do país e foi preso em julho de 2017 na
cidade de Sorriso (MT).
Cabeça Branca tinha como um dos principais clientes o Comando
Vermelho, liderado pelo notório Fernandinho Beira-Mar. Preso desde 2001,
Beira-Mar é dono dos imóveis na Ilha do Governador e em Guarapari que
agora irão para o prego. Cabeça Branca também é o ponto de ligação com o
conjunto de apartamentos de alto padrão na Barra da Tijuca, no Leblon e
em Ipanema. Os imóveis pertenciam ao empresário e traficante português
Antonio dos Santos Damaso, conhecido como Português, acusado de chefiar
uma quadrilha internacional de narcotraficantes com elos no Rio de
Janeiro e em Goiás.
Por ordem do ministro da Justiça, Sergio Moro, os imóveis farão parte
da primeira leva do patrimônio de criminosos e investigados com relação
com o tráfico que serão vendidos. Em um segundo momento, o governo quer
leiloar os demais bens de alto valor, como 130 aeronaves e 168
embarcações. A ideia é também desovar mais de 18.000 veículos, muitos
deles esquecidos há tantos anos nos pátios das polícias que já viraram
sucata.
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