BRASIL, POLÍTICA
Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil Marivaldo Oliveira/Código19/Folhapress
Depois de ter suas
atribuições esvaziadas no governo – a mais recente foi a migração do
Programa de Parceria de Investimentos (PPI) para a pasta da Economia –, o
ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni deu indicativos, neste sábado, de
que continua no governo. Ele se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro,
no Palácio da Alvorada, por pouco mais de uma hora e, ao deixar o
encontro, afirmou que “não mudou nada”. “As coisas vão continuar a
seguir seu rumo normal”, disse. Lorenzoni declarou que não discutiu com o
presidente sua eventual saída da Casa Civil ou ida para outra pasta no
primeiro escalão, e sim debateu detalhes da mensagem presidencial que
será encaminhada ao Congresso Nacional na próxima segunda-feira, quando
serão retomados os trabalhos do Legislativo.
“Nós nem conversamos sobre
isso [saída do governo]. Nós conversamos sobre as tarefas do ministro da
Casa Civil a partir já agora do meu retorno das férias. Hoje nós já
conversamos sobre a rotina normal. Então, fica tudo igual, não mudou
nada”,
disse. Onyx estava de férias nos Estados Unidos, onde visitou o guru do
bolsonarismo, Olavo de Carvalho, mas teve de antecipar o retorno ao
Brasil diante do esvaziamento da Casa Civil e do risco de deixar a
pasta.
Nas férias do ministro Onyx
Lorenzoni, um novo desgaste. O então secretário-executivo Vicente
Santini utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar de
Brasília para o Fórum Econômico Mundial, em Davos, e de lá para Nova
Délhi, na Índia, onde Bolsonaro cumpria agenda. O episódio gerou mal
estar no governo e levou à demissão de Santini. Um dia depois, ele
acabou recontratado para um cargo com salário similar. Na sequência,
nova exoneração, desta vez definitiva. Outros ministros, como o titular
da Economia, Paulo Guedes, viajaram para a mesma viagem de Santini em
avião comercial.
Questionado sobre o episódio
neste sábado, Lorenzoni, que era o chefe imediato do assessor demitido,
disse que conversou sobre o assunto com o presidente e resumiu: “isso é
página virada, isso está resolvido e ponto final”. Antes de perder o
PPI, a Casa Civil já havia sido desidratada com a retirada das funções
de articulação política, repassadas para o ministro Luiz Eduardo Ramos,
da Secretaria de Governo.
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