
Montado em um cavalo da PM, Bolsonaro acena para manifestantes em frente ao Palácio do Planalto - ESTADÃO CONTEÚDO
São Paulo - Um reportagem da jornalista Monica Gugliano, colaboradora do Valor Econômico, publicada na edição de agosto da revista Piauí revelou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) elaborou um plano com os ministros de Estado para intervir no STF (Supremo Tribunal Federal), por meio de um golpe militar.
A reportagem ouviu quatro fontes sob condição de
anonimato, dentre elas duas pessoas que participaram do encontro de
elaboração do plano, que confirmaram que durante uma reunião no dia 22
de maio de 2020 o presidente da República, apoiado pelos ministros
militares Walter Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo
Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos
e Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
afirmou: "vou intervir!".
Segundo a reportagem, Bolsonaro estaria desconfortável e
irritado com um conversa que ocorreu entre o decano Celso de Mello, do
STF, e a Procuradoria-Geral da República sobre a decisão de mandar
apreender ou não os celulares do presidente e do seu filho Carlos
Bolsonaro (Republicanos-RJ). Jair teria dito que não entregaria o
celular, mesmo se a justiça ordenasse. “Só se eu fosse um rato para
entregar meu celular para ele”, disse.
A reunião se estendeu e outros ministros participaram
da organização do golpe militar, foram eles André Mendonça (Justiça) e
Fernando Azevedo (Defesa), além de José Levi, titular da Advocacia-Geral
da União. A ideia do golpe militar avaliada pela alta cúpula do governo
federal girou entorno de invadir o Supremo, destituir os 11 ministros
que exercem o cargo atualmente e substituí-los por nomes indicados pelo
presidente da República que pudessem colocar "em ordem aquilo (STF)".
O texto diz ainda que o general Heleno tentou
contemporizar e disse que "não é momento para isso". Os generais e o
presidente pretendiam fazer um golpe jurídico para que não parecesse uma
intervenção militar e não causasse efeitos danosos ao país, para isso
se basearam no artigo 142 da Constituição - o artigo não prevê poder às
Forças Armadas para atuar como poder moderador caso seja acionada por um
dos três poderes em situações de violações dos demais, mas circula no
meio militar esta interpretação.
(Por
IG - Último Segundo)
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