CONFIRA AS REINVINDICAÇÕES
Greve dos Correios é marcada depois de proposta de cortes e posições do presidente da estatal - Arquivo/Agência Brasil
Os funcionários dos Correios confirmaram uma greve a partir da próxima
terça-feira (4), em resposta ao corte de direitos trabalhistas da
categoria. O presidente dos Correios, Floriano Peixoto, chamou de
"benefícios" os direitos dos correios, e defende cortes e mudanças à
categoria como forma de contenção de gastos em meio à crise da pandemia.
A Federação Nacional dos Trabalhadores da Empresas de Correios e
Telégrafos e Similares (Fentect) respondeu Floriano em
nota."Trabalhadores dos Correios têm os menores salários entre todas as
estatais, com o início de carreira de R$ 1,7 mil, enquanto a elite dos
Correios vem praticando salários para indicações políticas. Apenas com o
salário do presidente Floriano Peixoto, o custo anual chega a R$ 1.128
milhão", disse a Federação.
Em meio à crise, a diretoria dos
Correios pretende fazer cortes. Se for aprovada, a mudança proposta vai
reduzir o adicional de férias, o adicional noturno, a licença
maternidade, entre outras concessões. A indenização por morte ou
invalidez e o pagamento de multas dos funcionários serão cortados se a
mudança for firmada.
O governo federal vê a greve como um
agravante para a economia, afetada pela pandemia de Covid-19. A visão da
cúpula dos Correios é que esses benefícios devem ser cortados com a
queda na economia e o aumento do desemprego.
A redução
financeira anual com os cortes de direitos é estimada, pela direção dos
Correios, em R$ 600 milhões. O presidente da instituição, Floriano
Peixoto, falou à Revista Veja que os correios "Têm benefícios extra-CLT,
e a gente entende que são bastante diferenciados dentro da realidade
brasileira. Tem de ficar clara a diferença entre direitos e benefícios."
Após
a publicação da entrevista na última sexta (24) a Federação dos
Correios divulgou uma nota de repúdio às falas de Peixoto, além de se
posicionar contra a privatização da estatal, que tem sido citada por
Paulo Guedes e Bolsonaro.
Na quinta-feira (30), os sindicatos que
integram a Federação enviaram um comunicado ao presidente da estatal,
Floriano Peixoto. Na mensagem, a categoria confirmava a greve por tempo
indeterminado, já que não teve "suas reivindicações atendidas pela
empresa na mesa de negociação".
A estatal, em seguida, respondeu.
"Certa do compromisso e da responsabilidade de seus empregados com a
população e o país, espera que a adesão a uma possível paralisação, se
houver, seja ínfima e incapaz de prejudicar o serviço postal e os
brasileiros", diz a empresa.
O governo federal quer levar a questão para o Tribunal Superior do Trabalho (TST) para impedir a greve.
(Por
Brasil Econômico)
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