CASO DAS 'RACHADINHAS'
Fabrício Queiroz fazendo churrasco na casa em Atibaia - Reprodução
Brasília - A defesa do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz apresentou
habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda. O pedido foi
direcionado ao ministro Gilmar Mendes, que no ano passado paralisou as
investigações sobre "rachadinha" ao atender um pedido da defesa do
senador Flávio Bolsonaro. O caso está sob segredo de Justiça.
Queiroz
está em prisão domiciliar desde o início de julho, quando foi
beneficiado pela decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça,
ministro João Otávio de Noronha, durante o recesso do Judiciário. A
liminar também estendeu o benefício à esposa de Queiroz, Márcia Aguiar,
que até então estava foragida da Justiça. A decisão de Noronha pode ser
revista pela Quinta Turma da Corte, mas o caso está parado devido à
licença médica do relator, ministro Felix Fischer.
Na semana
passada, a defesa de Queiroz protocolou pedido para que a relatoria do
processo deixasse as mãos de Fischer, considerado linha-dura entre
colegas da Corte. Pessoas próximas do presidente Jair Bolsonaro e que
acompanham o processo avaliam que a divulgação recente de cheques
envolvendo Queiroz e a primeira-dama Michelle Bolsonaro municiem o
ministro a revogar a prisão domiciliar e mandar Queiroz e Márcia Aguiar
para a prisão
Extratos bancários de Queiroz anexados à
investigação do Ministério Público do Rio apontam que o ex-assessor
depositou 21 cheques em nome de Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2016,
totalizando R$ 72 mil. Lançamentos na conta de Márcia Aguiar, por sua
vez, indicam outros R$ 17 mil em cheques para a primeira-dama.
O
detalhamento dos depósitos de Queiroz em nome de Michelle foi revelado
pela Revista Crusoé nesta sexta, 7, e confirmado pelo Estadão. O
ex-assessor é amigo de longa data do presidente Jair Bolsonaro, e
trabalhou por mais de dez anos nos gabinetes da família no Rio. Queiroz
também empregou a mulher e filhas como assessoras dos Bolsonaros nos
últimos anos.
O temor da família presidencial é que, uma vez presos, Queiroz e Márcia fechem acordos de delação premiada.
O
ex-assessor parlamentar foi preso no dia 18 de junho em Atibaia (SP)
nas investigações que miram esquema de "rachadinha" (apropriação parcial
ou total dos salários de servidores) no gabinete de Flávio Bolsonaro na
Assembleia Legislativa do Rio. Ambos negam qualquer participação ou
conhecimento dos supostos crimes.
(Por:Estadão Conteúdo)
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