DEFENDEU PRERROGATIVA DE BOLSONARO

Lula - Daniel Castelo Branco / Agencia O Dia
Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o direito
do presidente Jair Bolsonaro indicar o diretor-geral da Polícia Federal e
chamou de "pirotecnia" as reclamações do ex-ministro Sérgio Moro de
suposta intervenção indevida de Bolsonaro na instituição.
"Ele
(Moro) é tão medíocre que quando ele sai (do governo) tenta criar mais
uma pirotecnia. 'Ai, vou sair porque o Bolsonaro quer indicar o diretor
da Polícia Federal'. É importante lembrar que o presidente da República
tem o direito de indicar o diretor-geral da PF, sim", disse o
ex-presidente em entrevista ao Diário do Centro do Mundo.
Moro
deixou o governo por discordar das tentativas de Bolsonaro de trocar o
chefe da PF em meio a investigações contra o senador Flávio Bolsonaro
(Republicanos-RJ), filho mais velho do presidente, por participar de um
suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro.
As denúncias de Moro levaram à instauração de um
inquérito para apurar a suposta interferência do presidente na
corporação que levou à intimação para Bolsonaro depor presencialmente no
Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Lula, Moro usou sua
saída do governo para criar um fato político e ganhar da opinião
pública. "Por que achar que o Moro podia e ele (Bolsonaro) não podia?
Ele tenta ganhar a opinião pública tentando mentir outra vez", disse o
petista.
Em mais de uma hora e meia de entrevista, na qual sempre
se referia a si mesmo na terceira pessoa como "o Lula", o ex-presidente
criticou Bolsonaro, mas seu alvo principal foram Moro e a Lava Jato
que, na véspera, apresentou mais uma denúncia contra o petista (a
quarta) por uso do Instituto Lula para receber propinas da Odebrecht.
O
ex-presidente classificou como "mentira" a nova denúncia argumentando
que nunca exerceu cargo de direção no Instituto. "É como se tivesse
alguma coisa no Colégio D. Pedro II e fossem para cima do D. Pedro II.
Dei apenas meu nome para o Instituto", disse Lula.
O
ex-presidente também criticou a postura do novo coordenador da
força-tarefa de Curitiba, o procurador Alessandro Oliveira, que
substituiu Deltan Dallagnol. "É a mesma coisa que o Dallagnol", disse o
ex-presidente.
Poucos dias depois de ter dito que está "à
disposição" do povo brasileiro para enfrentar o bolsonarismo, fala que
foi interpretada como sinal de disposição para disputar a presidência em
2022, caso consiga reaver seus direitos políticos, Lula voltou a dar
sinais contraditórios e disse que "não preciso de eleição para estar
vivo". Segundo ele, o corporativismo do Judiciário deve preservar Moro.
Até o final de outubro o STF deve julgar o pedido de suspeição do
ex-juiz feito pela defesa do petista.
Indagado sobre o papel de
Bolsonaro nos incêndios que há dias consomem o Pantanal, Lula poupou o
presidente de responsabilidade na tragédia mas criticou a falta de ações
do governo para controlar o fogo.
"Eu seria irresponsável se
dissesse que a natureza não tem nada a ver com isso. Não estou culpando o
presidente Bolsonaro mas estou culpando a irresponsabilidade dele de
evitar que isso se torne tão grave", disse o ex-presidente
(Por:Agencia O Dia)
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