terça-feira, 30 de setembro de 2014

'Não entramos em pânico', diz capitão de barco naufragado na costa do RN. Capitão relata naufrágio de veleiro pernambucano que participava de regata. Embarcação participava de travessia entre Recife e Fernando de Noronha.

BARCO NAUFRAGADO

Felipe Gibson Do G1 RN
Tripulação foi resgatada em uma balsa a 50 quilômetros da costa potiguar (Foto: Divulgação/Marinha)Tripulação foi resgatada em uma balsa a 50 quilômetros da costa potiguar (Foto: Divulgação/Marinha)
 
Eram 23h de sábado (27) no momento em que uma viga de sustentação se rompeu e o veleiro pernambucano 'Nativo' virou em alto mar. Experientes, os seis tripulantes conseguiram se manter a salvo no trimarã - embarcação com três cascos - e ficaram à deriva até serem resgatados na manhã desta segunda-feira (29) por um navio petroleiro. O resgate aconteceu a aproximadamente 50 quilômetros da costa do Rio Grande do Norte e os seis tripulantes foram levados até Natal por um barco da Capitania dos Portos. Capitão do Nativo, Jorge Neves relatou ao G1 que a tripulação manteve a tranquilidade: "Não entramos em pânico", diz.

A embarcação participava da Regata Internacional Recife (Refeno) e fazia a travessia entre a capital pernambucana e arquipélago de Fernando de Noronha. "Largamos às 14h e durante a noite estávamos com uma velocidade muito alta, perto de 20 nós, o que é muito para o veleiro. O vento também estava muito forte. Depois de bater em muitas ondas, o crossbeam (viga de sustentação do barco) quebrou. O barco capotou e ficou emborcado" conta o capitão Neves. Na hora do acidente, três tripulantes estavam na cabine e os demais no cockpit - espaço no casco da embarcação.
Embarcação pernambucana 'Nativo' perdeu contato com a comissão organizadora da regata (Foto: Divulgação/Cabanga Iate Clube) 
Embarcação pernambucana 'Nativo' perdeu contato
com a comissão organizadora da regata
(Foto: Divulgação/Cabanga Iate Clube)
 
Jorge Neves explica que os tripulantes ficaram em cima da embarcação até amanhecer. "De 6h disparamos uma balsa de segurança e viemos derivando na direção de Natal. Estávamos sem os equipamentos de navegação e solicitação de socorro. Pelas estrelas e sol, sabíamos que a balsa estava no caminho do continente", acrescenta. Os tripulantes estavam sem comida, mas de acordo com o capitão, havia muita água. "Mesmo assim racionamos pois não sabíamos por quanto tempo ficaríamos à deriva", conta.

A assessoria de comunicação do Cabanga Iate Clube de Pernambuco informou que o barco perdeu contato com a comissão organizadora da regata nas imediações da cidade de Cabedelo, na Paraíba, e estava incomunicável desde as 22h30.

Na manhã desta segunda, o navio petroleiro 'Krasnodar', de bandeira liberiana e tripulação russa, encontrou a balsa. "A tripulação falava inglês, o que facilitou a comunicação. Nos deram comida, roupas secas e calçados. Eles entraram em contato com a capitania e fomos transferidos para outra embarcação até Natal", relata o capitão, que viveu situação parecida há três anos quando participava da mesma regata.

"Foi com o mesmo barco, que quebrou entre Recife e Fernando de Noronha. Mas na ocasião a embarcação não chegou a virar", explica. Na equipe de Jorge Neves estavam um irmão e quatro amigos. Os tripulantes são de Recife, Ilhabela, no litoral de São Paulo, e Santa Catarina. Todos vão passar a noite desta segunda em Natal.
Veleiro Nativo virou em alto mar com a força do vento (Foto: Divulgação/Marinha) 
Seis tripulantes estavam no veleiro pernambucano Nativo (Foto: Divulgação/Marinha)

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