DE SAÍDA
O grupo Silvio Santos, que sempre comandou de forma centralizadora,
contratou a consultoria americana McKinsey. Oficialmente, é apenas para
uma reestruturação da gestão, com a formação de um conselho de
administração, composto pelas seis filhas de Silvio e mais três
consultores independentes.
Mas a iniciativa indica claramente uma preparação do conglomerado
para uma sucessão, e há rumores de que Silvio irá se aposentar em
janeiro de 2016, logo depois de completar 85 anos, tanto de suas
atividades de “entertainer” quanto de gestor. Para as duas atividades,
as sete mulheres que o cercam – incluindo também a esposa Íris – foram
preparadas para sucedê-lo. Aos poucos, cada uma delas foi sendo
direcionada para uma área com a qual demonstrasse afinidade. No caso do
entretenimento, algumas das filhas parecem estar à frente.
A filha número quatro, como o próprio pai costuma numerar, Patrícia Abravanel,
de 35 anos, apresenta há cinco anos programas no SBT, depois de ter
trabalhado no banco PanAmericano e ajudado na criação do hotel Sofitel
Jequitimar, no Guarujá, no litoral de São Paulo. Ela foi a primeira a
receber de seu pai a designação de sucessora, em declaração ao vivo, na
televisão. “Quando completarmos o jubileu de ouro, ela estará aqui no
meu lugar”, disse Silvio, na comemoração dos 25 anos do SBT, em 2009.
Já Silvia Abravanel,
a número dois, comanda o núcleo infantil do SBT e virou apresentadora,
em julho deste ano, depois que as crianças que comandavam o programa
matutino Bom Dia & Cia foram impedidas de trabalhar por decisão
judicial. Mas quem parece estar mais próxima de comandar os negócios em
sua nova fase é a mais nova de todas, Renata Abravanel,
29 anos, a número 6, vice-presidente do grupo. Essa indicação é mais
forte porque além de Silvio Santos, também o atual presidente do grupo,
Guilherme Stoliar não deverá ter assento no conselho a ser criado.
“Meu pai tem essa mania de jogar a gente na fogueira”, disse recentemente Cintia,
a primogênita, que foi responsável pelo Centro Cultural Silvio Santos e
pelas atividades teatrais, descontinuadas em 2011. Há dúvidas, no
entanto, de como elas podem se sair ao substituírem alguém que nunca
teve par na história da tevê e até mesmo dos negócios no Brasil. Silvio
não apenas criou a terceira maior emissora do País em audiência, o SBT,
com faturamento de R$ 1,1 bilhão, como cerca de duas dezenas de empresas
– que vão de cosméticos, imóveis e capitalização e faturam mais de R$ 5
bilhões por ano.
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