terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Governador tem trunfo para hub ser potiguar

HUB
 
O Governo do estado acredita ter em mãos uma proposta de incentivo fiscal “arrojada” que – juntamente a um acordo com a Petrobras – pode selar o destino do hub (centro de conexões) da Latam e garanti-lo em definitivo para o Rio Grande do Norte. A informação foi dada ontem pelo próprio governador Robinson Faria em almoço com jornalistas. O secretário de Tributação, André Horta, foi procurado para dar mais detalhes sobre o assunto, mas disse que não pode falar e que tudo isso só será revelado no momento oportuno.   
 
De acordo com Robinson Faria, a ideia é de que o incentivo fiscal previsto para a Latam seja complementado com a redução ainda mais no preço do querosene de aviação, combustível do qual o Rio Grande do Norte é produtor. Robinson Faria disse que em janeiro se reunirá com representantes da Petrobras e da Latam para fechar isso. Segundo ele, se tudo se confirmar como o esperado, a condição obtida pelo Executivo potiguar definirá a localização do hub. “Depois do ano novo vou entregar à presidente da TAM a proposta do incentivo fiscal que já foi elaborada pela Secretaria de Tributação e é a mais arrojada dos três estados que são candidatos”, disse, sem detalhar. 
 
O secretário estadual de Tributação, André Horta, disse que não poderia esmiuçar essas propostas para não atrapalhar o estado nas negociações. “Trata-se de uma disputa e não é interessante ficarmos divulgando detalhes porque os outros estados têm propostas na gaveta e vão saber das nossas e também traçar suas estratégias. Numa disputa como essa não temos interesse em divulgar tudo agora, mas a proposta existe e já é do conhecimento da TAM. Falta-nos entregar o plano detalhado”, resumiu o secretário.
 
Paralelo a esse incentivo a ser concedido à TAM, está ocorrendo, segundo o governador, uma negociação com a Petrobras para que haja redução no preço do querosene de aviação (QAV). Robinson Faria cobra reciprocidade da estatal que também recebe incentivos do governo. “A planta do querosene é aqui. A matéria-prima está aqui e não é justo a Petrobras vender à Pernambuco e Ceará um QAV pelo mesmo preço que vende a nós que produzimos”, reivindica.
 
Ele contou que já ocorreram três reuniões com a Petrobrás e na última destas, além dos secretários que o acompanhavam, estavam presentes diretores da BR distribuidora e do comercial da Petrobrás e foi avaliado que se houver o entendimento de fato, a redução no QAV pode chegar a 10%, sendo esse um fator determinante para o estado ganhar a disputa. “Se essa parceria for confirmada e a TAM aceitar nossa proposta, o hub já será do Rio Grande do Norte”, prevê Robinson Faria.
 
ADIAMENTO 
 
A TAM anunciou há duas semanas que o anúncio sobre onde será o centro de conexões de voos da companhia no Nordeste foi adiado porque ainda não há segurança jurídica de que os aeroportos que concorrem ao equipamento “possam prover” o que a empresa precisa, o que inclui os equipamentos de Fortaleza, Recife e Natal (Aeroporto Internacional Aluisio Alves). Com isso, não foi anunciada nova data, já que a expectativa era de que até o final deste mês já se tivesse uma definição.
 
Em nota, a TAM reafirmou que permanece no plano de investimentos do Grupo a intenção de instalar o hub no Nordeste, sendo este adiamento no anúncio uma forma de conceder mais prazo para desenvolvimento da infraestrutura dos aeroportos em questão, assim da competitividade em custos. 
 
Governador diz hoje se vai pagar dezembro ainda este ano
 
A garantia de que os salários dos servidores estaduais serão pagos em dia neste mês de dezembro será dada hoje pelo governador Robinson Faria. Ele está confiante de que conseguirá honrar a folha, mas depende do repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Na manhã de hoje será confirmado o valor do repasse e assim, se será possível cobri a folha de pagamento.
 
“Não depende só de recursos do estado então aguardamos resposta de Brasília para saber. Mas, eu sou otimista. Acredito que dará tudo certo e faremos o pagamento até o final do ano”, declarou. O governador disse ainda que já está trabalhando com sua equipe para uma eventual frustração no repasse para evitar o atraso no pagamento que deve ser feito até a próxima quinta-feira (1º). Se isso acontecer, a equipe fará um planejamento extraordinário para divulgar as datas do pagamento do funcionalismo.
 
O governo não dispõe mais do Fundo Financeiro de onde sacou recursos durante todo o ano para honrar a folha e por isso, a situação neste último mês preocupa. De acordo com a Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan) as frustrações de receita ultrapassaram R$ 500 milhões em comparação ao orçamento previsto em 2015. Com a queda na arrecadação, sem o Fundo e sem a garantia do FPE, o governo não garantiu que o pagamento dos salários seja efetuado dentro do prazo, mas disse que trabalha para evitar isso. As previsões de pagamento seguem dependentes da chegada das transferências federais, o que acontece até dia 30. Além disso, aguarda-se o comportamento da arrecadação. 
 
Robinson nega venda da Caern
 
O governador Robinson Faria descartou ontem a possibilidade de vender a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Caern) para repor o fundo financeiro, que esgotou com a sucessão de saques realizados durante o ano para cobrir a folha de pagamento. Contudo, ele afirmou que o governo estuda vender ativos para melhorar a arrecadação e fazer investimentos. “A Caern é uma estatal que tem fortalecido o governo. Estamos, por exemplo, saneando o estado e Natal ficará 100% saneada. Porque pensar a Caern como órgão que não está sendo positivo para o estado? É um dos exemplos de viabilidade que vemos”, disse o governador.
 
Ele garantiu que o fundo será ressarcido gradualmente a partir do equilíbrio financeiro e fiscal que o estado vai realizar em 2016. Mesmo dispensando a venda da companhia, Robinson Faria disse que o governo estuda vender ativos. “Existem ativos que estamos levantando, mas precisamos ter precaução, cautela e planejamento para tomar decisões acertadas pensadas e repensadas, mas precisamos diminuir o tamanho do Estado, diminuir os ativos para investir em obras, em saúde, no crescimento da economia do estado”, disse. Esse é um dos caminhos que o governador pretende seguir para que o estado consiga se manter menos dependente de recursos externos, vista a dependência do Fundo de Participação dos Estados (FPE).
 

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