Agências de inteligência dos Estados Unidos informaram nesta
terça-feira (8) que haverá continuidade no cenário de instabilidade
global em 2016, com a persistência de ameaças terroristas dentro do país
e diversas nações do Oriente Médio e Ásia sob o risco de se tornarem
focos de problemas. A análise foi feita hoje durante uma apresentação
anual ao Congresso norte-americano intitulada "Avaliação da ameaça
global da comunidade de inteligência dos Estados Unidos".
Os
dados foram levados pelo diretor da Inteligência Nacional (entidade que
reúne 17 agências e organizações de inteligência do país), James
Clapper para uma audiência do Comitê de Serviços Armados do Senado dos
Estados Unidos. As informações serão levadas também ao Comitê de
Inteligência do Senado.
Na avaliação da equipe de
inteligência, as diferenças entre as ameaças previstas para 2015 e 2016
são grandes. Enquanto no ano passado o capítulo dedicado a ameaças
terroristas tinha apenas cinco parágrafos, neste ano são 14 e há a
menção, pela primeira vez, de que o grupo Estado Islâmico "se tornou uma
ameaça terrorista proeminente" para o mundo.
Tal
perspectiva se justifica pelo "califado na Síria e no Iraque, as
ramificações do grupo em outros países e sua crescente habilidade para
coordenar e inspirar ataques contra uma gama ampla de alvos em todo o
mundo". O relatório conclui que os ataques terroristas nos Estados
Unidos em 2015, como os assassinatos na unidade militar de Chattanooga,
no Estado do Tennessee, e em San Bernardino, na Califórnia, tendem a
motivar "extremistas violentos criados no próprio país" a promoverem
ataques similares no futuro, "com pouco ou nenhum aviso prévio"
A
seção do relatório que deve atrair maior atenção é a que avalia a
repercussão do acordo nuclear firmado entre o Irã, Estados Unidos e
outros países ocidentais. Os agentes de inteligência dos Estados Unidos
afirmam que o Irã provavelmente enxerga o acordo nuclear como um meio
para a retirada de sanções ao mesmo tempo em que preserva algumas de
suas estruturas de energia nuclear e mantém a opção de eventualmente
expandi-las. "Não sabemos se o Irã poderá vir a decidir, eventualmente,
construir armas nucleares", aponta o relatório.
O
relatório aponta também que Rússia e China estão entre os maiores riscos
de segurança para os Estados Unidos. Para os especialistas, o
presidente russo Vladimir Putin continuará tentando usar o conflito
sírio e as tentativas de cooperação para combater o Estado Islâmico como
forma de promover o poderio russo e acabar com seu isolamento
internacional.
O Estado Islâmico deve continuar
exercendo sua influência no Iraque, Síria e Líbia ao longo do ano e o
Afeganistão continuará enfrentando problemas que ameaçam sua
estabilidade política, de acordo com os agentes de inteligência
norte-americanos. Eles também não vêm perspectiva de melhoria em relação
aos conflitos sectários no Iraque. Além disso, a guerra civil na Líbia
deve persistir durante todo o ano, dando margem para o que Estado
Islâmico ganhe terreno no país.
por:Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário