quinta-feira, 1 de junho de 2017

“Gestão do prefeito deixa a desejar”, critica ex-aliado Raniere Barbosa. Presidente da Câmara de Natal está insatisfeito com os primeiros cinco meses da nova administração do colega partidário, com quem rompeu aliança no fim de 2016

AVALIAÇÃO
 raniere barbosa
 Raniere Barbosa, presidente da CMN

Presidente da Câmara Municipal de Natal e da Federação das Câmaras Municipais do Rio Grande do Norte (Fecam-RN), o vereador Raniere Barbosa (PDT) está insatisfeito com os primeiros cinco meses da nova gestão do colega partidário e ex-aliado político Carlos Eduardo Alves, com quem rompeu a parceria em novembro do ano passado após pronunciamento na CMN. Para o parlamentar, a atual gestão do prefeito de Natal tem deixado a desejar e não apresentou novidades até aqui.

A declaração de Raniere foi embasada nos números ruins apresentados em pesquisa recente publicada pelo Instituto Seta em parceria com o Blog do BG. Segundo o levantamento, quase 40% da população natalense considera péssima e ruim a atual liderança do pedetista, que conta com o ex-deputado Álvaro Dias (PMDB) como vice-prefeito. Para o presidente da CMN, os números devem ser considerados pela gestão para que a mesma possa alcançar índices melhores num futuro novo levantamento.

“Não podemos desconsiderar uma pesquisa como essa pois ela demonstra uma grande realidade. Eu tenho observado que, nas outras duas gestões do prefeito, os cem primeiros dias dele haviam sido muito exitosos. Naquelas oportunidades, existiram várias ações baseadas no planejamento que havia sido previamente feito pela equipe. Em 2017, ainda não vi o governo municipal apresentar uma proposta sequer para que a gente pudesse constatar que estão avançando enquanto gestão”, criticou ao Agora Jornal.

Logo depois, o titular da Fecam admitiu, no entanto, que os problemas financeiros encarados pelo país estão dificultando o andamento do exercício da prefeitura, todavia, isso não pode ser colocado como justificativa para que nenhum projeto tenha sido apresentado até aqui. Justamente por isso, Carlos Eduardo precisa, na visão do vereador, estar atento aos números do levantamento para que não venha a ser surpreendido em possíveis disputas futuras.

“É óbvio que devemos reconhecer as dificuldades econômicas que existem não só em Natal mas também em todo país, no entanto, essa pesquisa demonstra uma realidade muito próxima do que estamos vivenciando hoje na capital do Estado. Espero que o prefeito veja e reveja os números como termômetros para melhorar sua gestão. Mesmo sendo do mesmo partido dele, reconheço que o governo está muito abaixo do que é esperado e isso não pode continuar da maneira que está”, finalizou.

Nas últimas eleições, Raniere Barbosa foi o candidato mais bem votado para vereador de Natal obtendo nada menos do que 10 mil votos na sua candidatura. O rompimento com o prefeito, reeleito ao cargo majoritário do município com 225 mil escolhas, se deu após haver um distanciamento entre ambos no ano passado, agravado pelo fato de que Raniere, em novembro, já apresentava uma grande aceitação da nova legislatura da CMN para se tornar o presidente da Casa, algo não-aprovado por Carlos Eduardo.

“Quadro das eleições de 2018 ainda é muito instável”

No ano que vem, o Rio Grande do Norte poderá passar por uma grande reformulação em seu quadro político. Com as eleições para governador, deputados estaduais, federais e senadores previamente agendadas, o cenário já começa a se desenhar no Estado, mas são poucos os que falam sobre as próximas disputas. Para Raniere, ainda é prematuro abordar sobre o pleito do ano que vem, principalmente pela indefinição existente em decorrência da Operação Lava Jato, liderada pela Polícia Federal, e que apura casos de corrupção na Petrobras.

“Toda avaliação política sobre disputas eleitorais deve ser feita em períodos próximos das eleições. O país passa por um momento muito turbulento no setor político em decorrência da Operação Lava Jato, que a todo momento tem novos desdobramentos. Precisamos aguardar para ver como vai estar o cenário até as proximidades do pleito e analisar o comportamento tanto do eleitor quanto dos candidatos. Hoje é prematuro fazer uma análise política devido a essa instabilidade que existe sob todos os aspectos”, opinou.

Em 2018, o Rio Grande do Norte vai eleger, além do novo governador, 24 deputados estaduais, 8 deputados federais e dois senadores, que irão para as vagas hoje preenchidas pelos ‘caciques’ Garibaldi Alves Filho (PMDB) e José Agripino Maia (DEM). Os dois parlamentares citados ainda não definiram se irão ser candidatos a reeleição. Das três cadeiras potiguares existentes no Senado Federal, apenas a de Fátima não será colocada em disputa, uma vez que o mandato da petista tem validade até 2022.

(Rodrigo Ferreira/AgoraRN)

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