sábado, 24 de junho de 2017

“Prefeito foi infeliz ao judicializar patrulha Maria da Penha”, lamenta Eudiane. Carlos Eduardo entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) contra a Lei Promulgada nº 461/17, de autoria da vereadora Júlia Arruda (PDT)

POSICIONAMENTO
 
 Eudiane Macedo, vereadora de Natal

A decisão do prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) de entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) contra a Lei Promulgada nº 461/17, de autoria da vereadora Júlia Arruda (PDT) e que cria a Patrulha Maria da Penha na capital do Rio Grande do Norte, foi questionada pela vereadora Eudiane Macedo (SD), uma das sete com mulheres que compõem a atual bancada feminina da Câmara Municipal do Natal.

Em entrevista concedida ao Agora Jornal, a parlamentar lamentou que o prefeito tenha buscado um viés judicial para resolver a questão logo depois que a Casa Legislativa derrubou o seu veto para sancionar a lei. No ponto de vista de Eudiane, Carlos Eduardo deveria ter buscado dialogar com a bancada feminina da Câmara antes de tomar esta decisão, justamente pelo fato de que a lei é vista com bons olhos pela sociedade.

Segundo a vereadora, o argumento do prefeito de que a sanção da Patrulha Maria da Penha não traria uma garantia de retorno prático para o município é inválido, uma vez que o projeto já foi implantado em várias outras cidades e vem surtindo o efeito esperado. Para ela, o fato de Natal não ser pioneira, inclusive, contribuiu para a tramitação do processo, que foi averiguado em outros municípios e teve seu rendimento aprovado pelos parlamentares.

“Eu criei a Frente em Defesa dos Direitos das Mulheres na Câmara Municipal de Natal e estou cada vez mais me inteirando neste assunto de proteção às mulheres natalenses. O projeto Patrulha Maria da Penha não é exclusivo de Natal, ele já existe em várias outras cidades e são reconhecidamente bastante eficazes, não restando dúvidas sobre sua utilidade para a população”, disse a vereadora no interior de seu gabinete na Casa Legislativa.

“Eu acho que está faltando bom senso e diálogo por parte do prefeito Carlos Eduardo. Entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) contra o projeto é lamentável. Talvez se ele tivesse dialogado com a bancada feminina da Casa antes de judicializar o projeto a situação agora poderia ser outra. Na minha concepção, o prefeito foi muito infeliz nessa decisão. Nos resta torcer para que a ADIn seja negada e a Lei seja sancionada na capital”, concluiu.

Apesar de ter ficado na bronca com o chefe do executivo municipal na questão da Patrulha Maria da Penha, Eudiane disse não ter dificuldades de relacionamento com o prefeito, muito embora procure, desde que iniciou sua vida parlamentar na Câmara de Natal, ter contato mais direto com os secretários titulares pelas pastas da cidade.

“Eu não tenho dificuldades com o prefeito Carlos Eduardo, vejo que ele é muito técnico. Apesar de tudo, não tenho proximidade pessoal com ele, nossa relação é apenas entre os poderes executivo e legislativo. Desde que me tornei vereadora, eu sempre procurei dialogar mais com os secretários (as) do município. Costumo dizer que meu gabinete é como uma empresa. A partir dele eu entro em contato com os secretários e encaminho todas as demandas que recebo da população. Assim vou levando mandato”, finalizou.

(AgoraRN)

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