BRASIL, POLÍTICA
Rodrigo Maia e Michel Temer: reunião neste domingo com ministros e
líderes da Câmara para discutir a denúncia contra ele pela PGR (Ueslei
Marcelino/Reuters)
O presidente Michel Temer se reuniu no início da
noite deste domingo com seus principais ministros no Palácio da
Alvorada, em Brasília. Oficialmente, eles trataram da estratégia para
retomar a tramitação das duas principais medidas na área econômica, a
reforma da Previdência e a trabalhista, mas o tema principal foi a
esperada denúncia contra Temer a ser apresentada pela Procuradoria-Geral
da República pelo crime de corrupção passiva.
Participaram da reunião os ministros Moreira Franco
(Secretaria-Geral), Eliseu Padilha (Casa Civil), Henrique Meirelles
(Fazenda), Torquato Jardim (Justiça), Antonio Imbassahy (Secretaria de
Governo) e Aloysio Nunes Ferreira (Itamaraty). Pelo Congresso, estavam
presentes o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e os líderes do governo
na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, e no Congresso, André Moura – os três
deputados. O advogado pessoal de Temer, Gustavo Guedes, também
participou do encontro na residência oficial do presidente.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve
apresentar até esta terça-feira a denúncia contra Temer relativa às
acusações incluídas no acordo de delação premiada dos irmãos Joesley e
Wesley Batista, da JBS. A denúncia iniciará sua tramitação pela Câmara
de Constituição e Justiça (CCJ). Para Temer garantir sua permanência no
cargo, será fundamental recompor a força da base de sustentação na
Câmara, abalada depois da delação da JBS. Depois de análise da denúncia,
um parecer será votado pela comissão; independentemente do resultado, o
passo seguinte será a apreciação da denúncia no plenário. Serão
necessários 342 votos dos 513 possíveis para que a Câmara autorize que o
presidente Temer seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Pela agenda legislativa, a reforma trabalhista pode ser
votada na CCJ nesta semana. Será, em tese, o último passo antes de o
projeto de lei ser encaminhado para o plenário, onde precisará de
maioria simples para ser aprovado. Ele já passou pela Câmara. Na última
semana, o governo recebeu um sinal de alerta com a derrota de caráter
simbólico do projeto da reforma trabalhista em votação na CAS (Comissão
de Assuntos Sociais).
O governo pretende redobrar nos próximos dias os esforços
para retomar a tramitação da reforma da Previdência na Câmara, algo que
ficou em suspenso desde a revelação da delação dos irmãos Batista. Como
se trata de uma PEC (proposta de emenda constitucional), o governo
precisa contar com o apoio de 3/5 dos deputados, ou seja, com 308 dos
513 votos possíveis em dois turnos. E isso só para então conseguir
enviar a reforma para o Senado.
(Veja.Abril.com.br)
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