O ex-ministro Geddel Vieira Lima, na saída da prisão. Ele foi do Conselho da Caixa e podia vetar empréstimos (Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO)
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou ao STF que o ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, não pode ter acesso ao autor da ligação anônima que denunciou o bunker de R$ 51 milhões. Dodge argumentou que o autor tem o direito de não ser identificado e disse que correria “grave risco” caso isso ocorresse.
“Registre-se, por oportuno, que a identificação das pessoas que forneceram indícios à polícia – considerado o contexto de uma investigação de macrocorrupção, lavagem de dinheiro milionária e poderosa organização criminosa formada por pessoas tão influentes politicamente – pode colocá-las em situação de grave risco pessoal, razão também a sustentar a denegação do primeiro pedido”, escreveu a PGR. Geddel está preso preventivamente após a descoberta do bunker pela Polícia Federal.
Dodge também concordou com o pedido do ex-assessor de Geddel e do seu irmão Lúcio Vieira Lima, Job Ribeiro Brandão, de reduzir a fiança estabelecida porque seu salário era na verdade muito menor do que os R$ 14 mil brutos do cargo de funcionário comissionado do gabinete de Lúcio. Brandão revelou ao STF que devolvia 80% do seu salário aos peemedebistas, por isso lhe sobrava uma remuneração em torno de R$ 3.700.
Sua defesa, feita pelos advogados Marcelo Ferreira e Felipe Dalleprane, juntou um comprovante de pagamento de fiança no valor de R$ 3.123,34, o mínimo permitido pela lei. Dodge concordou com o pagamento e pediu que Job Brandão seja mantido em regime domiciliar de prisão.
A procuradora-geral apontou ainda que “adotará as providências necessárias” em relação à revelação feita pelo ex-assessor sobre devolver o salário aos peemedebistas.
(AguirreTalento/Época)
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