BRASIL, POLÍTICA
O presidente Michel Temer (PMDB) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) (Nelson Almeida/AFP)
Convertido a candidato único para a presidência do PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,
terá que lidar com o grande impasse entre tucanos nos últimos meses: a
discussão se o partido deve ou não deixar a base aliada do governo do
presidente Michel Temer
(PMDB). Aliados desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016, os
dois partidos entraram em rota de colisão após a divulgação das delações
do grupo JBS, em maio deste ano, o que fez com que parte dos tucanos
passasse a defender o rompimento com Temer.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, aliados do
presidente veem a possibilidade de uma aliança com Alckmin, cada vez
mais convertido em candidato tucano para o Planalto nas eleições de
2018. Imaginam que o governador de São Paulo não vá “queimar pontes” com
Temer e o PMDB neste momento, em que busca apoios para alavancar seu
nome para a disputa do ano que vem.
O futuro do PSDB na base aliada era a principal questão das
eleições presidenciais do partido, previstas para o próximo dia 9. O
Planalto esperava a vitória do governador de Goiás, Marconi Perillo, do
grupo que trabalhava com a permanência no governo e se prepara para
reagir caso o senador Tasso Jereissati (CE), defensor do rompimento,
fosse o vencedor. Com a desistência de ambos e o fortalecimento de
Alckmin, não há mais caminho óbvio para o partido sob o novo comando e a
postura do governador durante a sua ascensão ao cargo tende a ser
decisiva para o estabelecimento de pontes para 2018.
A falta de um candidato natural no PMDB, com a baixa
popularidade do presidente Michel Temer, favorece uma possível aliança,
mas há entre partidos mais fieis ao governo outros nomes. É o caso do
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), que afirmou, em
entrevista ao redator-chefe de VEJA Mauricio Lima no evento Amarelas Ao Vivo, que até março decidirá se sai candidato à sucessão de Temer.
Na prática, a maior parte do PSDB está com o governo na
pauta principal do peemedebista, a Reforma da Previdência. A principal
dúvida está na presença da legenda em cargos do primeiro escalão, hoje
em três ministérios – eram quatro, até o deputado Bruno Araújo (PE) decidir abandonar a pasta das Cidades recentemente, por causa da divisão no partido.
Chefe da articulação política, Antonio Imbassahy (BA) vem
sendo pressionado para deixar o cargo e quase foi substituído
recentemente por Carlos Marun (PMDB-MS), mas acabou mantido. Os outros dois ministros tucanos são Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).
(Veja.Abril.com.br)
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