OPINIÃO
Não se pode falar mais em AI-5. É a lei da mordaça instituída por hipócritas parlamentares pseudodefensores da democracia.
Recentemente,
foi crucificado o deputado Eduardo Bolsonaro por supostamente fazer
apologia ao Ato Institucional. Agora, a bola da vez é o ministro da
Economia Paulo Gudes, que, irritado com as perguntas de jornalistas
sobre manifestações populares no Equador, Chile e Bolívia, contra
reformas econômicas, bem como se tinha medo do ex-presidente Lula, que
criticou a politica econômica do governo, respondeu “Não se assustem se
alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente?”
Não deixa de ser hilário o frenesi que se observa em alguns membros
do Congresso Nacional, mormente os da ala mais à esquerda, sempre que
alguma autoridade se reporta ao AI-5. Por que ficam ouriçados? Têm medo
de quê? Como diz o adágio popular “quem não deve não teme”.
Vivemos
em uma democracia e a Constituição garante o direito de opinião a todos
os cidadãos, religiosos, políticos, militares etc.
Portanto, é um
direito inviolável garantido que todos possam expressar de forma
escrita ou verbal o que pensam. E ninguém pode ser punido ou cerceado ao
idolatrar qualquer regime, pois a Constituição brasileira assim não se
posiciona.
É uma grande palhaçada o movimento de hipócritas
políticos no Congresso ao pretender vestir a túnica da ética e da
moralidade para vir punir parlamentares ou admoestar outras autoridades,
que demonstram alguma simpatia ao AI-5.
Muitos dos que se arvoram
de justiceiros da ética e da moralidade são os mesmos que defendem
políticos corruptos, destratam os membros do Judiciário e ofendem as
decisões que, por exemplo, condenaram legitimamente o ex-presidente Lula
por crime de corrupção e lavagem de dinheiro.
Tais hipócritas
jamais foram levados ao Conselho de Ética das duas Casas por se
insurgirem de forma indecorosa contra decisões da Suprema Corte. Por que
agora descaradamente esses parlamentares farisaicos pretendem punir ou
advertir aqueles que evocam o AI-5?
Basta que os poderes da República tenham comportamento ético e moral e
cumpram as suas obrigações constitucionais para que ninguém venha a
invocar qualquer expediente de exceção.
O AI-5 foi um ato de
exceção necessário para um momento nevrálgico por que passava o país,
porém, só foram prejudicados aqueles impatriotas que subvertiam a ordem
no Brasil.
Essa turba política - que deveria estar preocupada com o
desenvolvimento do país -, em vez de ficar procurando lobisomem na
escuridão, prestaria melhor serviço se exercesse com fidelidade as suas
obrigações parlamentares constitucionais.
(Por:Julio César Cardoso/Jornal da Cidade Online)
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