PRISÃO EM 2ª INSTÂNCIA
O ministro Sérgio Moro e a senadora Simone Tebet: votação marcada no Senado (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, senadora Simone Tebet (MDB-MS),
pautou para a próxima terça-feira, 10, a votação do projeto de lei que
permite a prisão após condenação em segunda instância. De acordo com a
senadora, a matéria será a primeira a ser votada na próxima reunião do
colegiado.
O anúncio foi feito durante uma audiência pública sobre o assunto,
nesta quarta-feira 4, da qual participou o ministro da Justiça e
Segurança Pública Sergio Moro.
A antecipação da votação ocorreu depois de um manifesto apresentado
pelo senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) com assinaturas de 43 dos
81 senadores. No documento o grupo pedia que a senadora pautasse a
votação da proposta que já teve relatório lido na CCJ.
Em sua fala, Moro afirmou que o momento é apropriado para o Congresso
mandar uma mensagem à população e acelerar a votação de projetos que
autorizem a volta da prisão logo após a condenação em segunda intância.
“Não haveria melhor mensagem do que o restabelecimento da prisão após
condenação em segunda instância. A decisão, se é por PEC, se é por PL
[projeto de lei] ou se é por ambos, cabe ao Congresso”, afirmou Moro.
“Se tem uma maioria no Congresso para aprovar esta medida, não vejo lá
muito sentido para postergação”, completou.
Com a mudança, o Senado contraria o acordo fechado com a Câmara na
semana passada. Na ocasião, os presidentes das duas Casas — o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre
(DEM-AP) — haviam concordado em discutir a matéria por meio de uma
Proposta de Emenda Constitucional (PEC), em vez de um Projeto de Lei do
Senado. A aprovação de uma PEC exige 49 de 81 senadores e 308 votos de
513 deputados. Já um projeto de lei é aprovado por maioria simples no
Senado.
“O que não nos cabe nesse momento, a meu ver, com base no que está no
regimento interno e com base no que ouvimos da sociedade, é a omissão e
muito menos esquecermos que esse é um sistema bicameral”, disse Simone
Tebet.
Na presença do ministro da Justiça, Sergio Moro, e do ministro do
Superior Tribunal de Justiça Herman Benjamin que participavam da
audiência pública, Tebet mandou um recado ao presidente da Câmara. “Esse
é um sistema bicameral. Temos duas Comissões de Constituição e Justiça
(CCJ): uma na Câmara e outra no Senado. Nem o presidente daquela Casa
poderá dizer para nós que o nosso projeto pode ser eivado de vícios,
portanto judicializado, nem nós podemos fazer o mesmo em relação à
Câmara dos Deputados”, disse.
(Com Agência Brasil)
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