PODEM VOLTAR AO BRASIL
Paraguai - Ronaldinho Gaúcho e Roberto Assis Moreira, seu irmão, estão livres. Nesta segunda-feira, a Justiça do Paraguai soltou os dois ex-jogadores, que estavam detidos há mais de cinco meses, embora eles tenham sido culpados. Assim, agora eles poderão retornar ao Brasil. Os irmãos eram acusados pela utilização de passaportes falsos para entrarem no país em março. Eles foram condenados, com pena suspensa de dois anos para Assis e de um para Ronaldinho.
A soltura foi possível porque Ronaldinho e seu irmão
aceitaram a proposta do Ministério Público para que fossem colocados em
liberdade. Eles irão pagar uma multa de US$ 200 mil (R$ 1,12 milhão),
que será descontada da fiança paga quando foram colocados em prisão
domiciliar. E Assis terá de comparecer a cada quatro meses perante a um
juiz brasileiro durante o período da pena suspensa. O juiz de garantias
Gustavo Amarilla Arnica aceitou o acordo feito entre as partes e colocou
os irmãos em liberdade, com a pena suspensa.
"A partir de agora, a medida cautelar de prisão está
suspensa. (Ronaldinho) não tem nenhuma restrição a não ser o cumprimento
da reparação do dano social", disse o magistrado. "Tem livre
disponibilidade para viajar para qualquer país do mundo de sua escolha,
mas ele deve nos avisar se vai mudar de endereço permanente" pelo
período de um ano.
Na audiência desta segunda, realizada no Palácio da
Justiça, em Assunção, o Ministério Público do Paraguai apontou que Assis
e Ronaldinho tiveram atuações diferentes no caso. De acordo com a
promotoria, o irmão do ex-jogador do Barcelona foi o responsável pelo
fornecimento das fotos para a produção de documentos falsos, enquanto
Ronaldinho não teria conhecimento desse ato. Por isso, a multa que Assis
pagará - US$ 110 mil (R$ 616 mil) - é maior do que a do irmão - US$ 90
mil (R$ 504 mil). Do valor pago pelo pentacampeão mundial, US$ 60 mil
vão para um hospital e outros US$ 30 mil para a campanha solidária
"Todos somos Bianca".
Ronaldinho desembarcou em Assunção ao lado do irmão
em 4 de março para participar da inauguração de um cassino e uma ação
social que utilizava a sua imagem. Esse projeto era liderado pela
empresária Dália López, que chegou a recepcioná-los no aeroporto e agora
está foragida da Justiça.
Na noite do dia da chegada de ambos ao país, a
polícia do Paraguai foi ao quarto do hotel onde eles estavam, para
investigar a acusação de que portavam documentos falsos. Ele prestaram
depoimentos no dia seguinte e chegaram a admitir terem cometido um
crime. Inicialmente, seriam liberados da acusação e voltariam ao Brasil,
mas uma reviravolta judicial os levou para a prisão no dia 6.
Os dois, então, foram detidos e ficarem por cerca de
um mês em um presídio de segurança máxima no Paraguai. Em abril, a
Justiça aceitou a transferência para o regime domiciliar, em um hotel de
Assunção, após o pagamento de uma fiança de US$ 1,6 milhão (o
equivalente a cerca de R$ 8,5 milhões), que será devolvida com o fim do
processo, exceto os US$ 200 mil do acordo firmado nesta segunda. No
último dia 7, os promotores pediram ao juiz a suspensão condicional do
procedimento para que o ídolo do Barcelona e seu irmão pudessem retornar
ao Brasil, desde que aceitassem o acordo proposto e aceitassem a pena
suspensa de dois anos.
Os promotores investigavam ainda suposta relação de
Ronaldinho e do irmão com uma organização criminosa especializada em
falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. Desde o início das
investigações, a defesa dos ex-atletas brasileiros alega que os dois
foram enganados e não sabiam que os passaportes tinham sido adulterados.
O caso envolvendo o ex-jogador brasileiro virou um
escândalo no Paraguai e atingiu vários funcionários da Diretoria de
Migração e do Departamento de Identificação, que emitem passaportes e
documentos de identidade, além de fiscais do Aeroporto Internacional
Silvio Pettirossi, em Assunção, onde eles desembarcaram. Dezoito pessoas
foram detidas por envolvimento no caso.
Em março, a Justiça havia determinado que Ronaldinho e
o irmão precisavam permanecer detidos durante a investigação. O
inquérito poderia durar até seis meses para ser concluído, de acordo com
as leis paraguaias. Agora, porém, eles estão livres para retornarem ao
Brasil.
(Por
AFP e Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário