sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Braço-direito do Ecko e mais 11 morrem em confronto com a Core e a PRF. O ex-PM Carlos Eduardo Benevides Gomes, o Cabo Benê, era chefe da milícia que age em Itaguaí

 OPERAÇÕ EM ITAGUAÍ,  RJ

 Cabo Benê era braço-direito do miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, um dos criminosos mais procurados do estado

 Cabo Benê era braço-direito do miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, um dos criminosos mais procurados do estado - Reprodução

Rio - O homem apontado com o chefe de uma milícia que age em Itaguaí, na Região Metropolitana, foi morto, na noite desta quinta-feira, em confronto com agentes das polícias Civil e Rodoviária Federal (PRF). Carlos Eduardo Benevides Gomes, conhecido como Cabo Benê, de 39 anos, foi soldado da PM lotado no 27º BPM (Santa Cruz) e atualmente era braço-direito do miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, um dos criminosos mais procurados do estado. Além dele, outros 11 suspeitos morreram na ação.

De acordo com o delegado Fabrício Oliveira, titular da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que comandou a ação, Cabo Benê estava em um comboio formado por quatro carros. Os milicianos foram interceptados e trocaram tiros com os policiais. Um dos agentes chegou a ser atingido por um disparo, mas a bala acertou seu colete e ele passa bem.

Ainda segundo o delegado, o grupo estava sendo monitorado pela força-tarefa criada pela Polícia Civil contra milicianos do estado. Com eles, foram apreendidos cinco fuzis, três metralhadoras, além de diversas pistolas, munições, carregadores e radiotransmissores. Os quatro carros que eles dirigiam eram roubados.

 Carlos Eduardo Benevides Gomes, conhecido como Cabo Benê, de 39 anos, é ex-soldado da PM, foi lotado no 27º BPM (Santa Cruz) - Reprodução

BONDE DO ECKO

A milícia comandada por Ecko age principalmente na Zona Oeste do Rio, mas tem expandido os seus domínios, com a criação de "filiais" por municípios da Região Metropolitana e Baixada Fluminense. Cabo Benê é apontado como o responsável pelas atividades do bando em Itaguaí, chamado de Milícia de Chaperó, por atuar com mais frequência em um condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida no bairro Chaperó.

As investigações apontam que o grupo chefiado pelo ex-PM age com extrema violência na região, praticando crimes tradicionais da milícia, como extorsão de empresários, exploração do transporte alternativo, venda de gás e cobrança de "taxas de segurança". Os integrantes da quadrilha normalmente usam fardas militares, com coturnos e coletes à prova de bala.

O grupo já foi alvo de diversas operações, mas Ecko e outros cabeças do bando sempre conseguem escapar. Cabo Benê chegou a ser preso em junho de 2008, quando ainda era PM, coma uma pistola calibre 9 mm. Na época, ele ainda era suspeito de fazer parte da milícia da região e foi levado ao Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar (BEP).

Cabo Benê era investigado pelo Ministério Público estadual (MPRJ) no âmbito da Operação Freedom, que teve sua primeira fase realizada em maio de 2018, contra milicianos de Itaguaí. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça dois meses depois.
 
Em agosto de 2018, em um desdobramento da Freedon, a polícia encontrou um cemitério clandestino, que seria usado pelo grupo paramilitar. No local, estavam enterradas seis ossadas, que seriam de opositores do bando.
 
 
 
(Por:Rai Aquino/O Dia)

Nenhum comentário:

Postar um comentário