OPERAÇÕ EM ITAGUAÍ, RJ
Cabo Benê era braço-direito do miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, um dos criminosos mais procurados do estado - Reprodução
Rio - O homem apontado com o chefe de uma milícia que age em Itaguaí, na Região Metropolitana, foi morto, na noite desta quinta-feira, em confronto com agentes das polícias Civil e Rodoviária Federal (PRF). Carlos Eduardo Benevides Gomes, conhecido como Cabo Benê, de 39 anos, foi soldado da PM lotado no 27º BPM (Santa Cruz) e atualmente era braço-direito do miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, um dos criminosos mais procurados do estado. Além dele, outros 11 suspeitos morreram na ação.
De acordo com o delegado Fabrício Oliveira, titular da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core),
que comandou a ação, Cabo Benê estava em um comboio formado por quatro
carros. Os milicianos foram interceptados e trocaram tiros com os
policiais. Um dos agentes chegou a ser atingido por um disparo, mas a
bala acertou seu colete e ele passa bem.
Ainda segundo o delegado, o grupo estava sendo monitorado pela força-tarefa criada pela Polícia Civil contra milicianos do estado. Com eles, foram apreendidos cinco fuzis, três metralhadoras, além de diversas pistolas, munições, carregadores e radiotransmissores. Os quatro carros que eles dirigiam eram roubados.
A milícia comandada por Ecko age principalmente na Zona Oeste do Rio, mas tem expandido os seus domínios, com a criação de "filiais" por municípios da Região Metropolitana e Baixada Fluminense. Cabo Benê é apontado como o responsável pelas atividades do bando em Itaguaí, chamado de Milícia de Chaperó, por atuar com mais frequência em um condomínio do programa Minha Casa, Minha Vida no bairro Chaperó.
As investigações apontam que o grupo chefiado pelo ex-PM age com extrema violência na região, praticando crimes tradicionais da milícia, como extorsão de empresários, exploração do transporte alternativo, venda de gás e cobrança de "taxas de segurança". Os integrantes da quadrilha normalmente usam fardas militares, com coturnos e coletes à prova de bala.
O grupo já foi alvo de diversas operações, mas Ecko e outros cabeças do bando sempre conseguem escapar. Cabo Benê chegou a ser preso em junho de 2008, quando ainda era PM, coma uma pistola calibre 9 mm. Na época, ele ainda era suspeito de fazer parte da milícia da região e foi levado ao Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar (BEP).
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