EM MOSSORÓ, RN
Fachada do Hospital Maternidade Almeida Castro, em Mossoró - Foto: Reprodução
Uma médica teve parte do dedo arrancado após ser mordida por uma mulher que não se conformava com o fato de receber alta antes de seu bebê. O surto psicótico aconteceu na quarta-feira 21, no Hospital Maternidade Almeida Castro, em Mossoró.
Segundo a assessoria da unidade médica, a mulher deu à luz na madrugada da terça-feira 20, recebendo alta 36h após o procedimento, como normalmente acontece.
O bebê, entretanto, teve que ficar no hospital por 72h, pois estava com dificuldade de respirar e, por isso, precisava tomar medicação e ser monitorado por profissionais da saúde.
Ao ser informada da situação, a mulher ficou alterada, foi até o berçário onde o bebê estava e mordeu o dedo indicador da mão direita da médica obstetra que tentava acalmá-la.
A dentada foi tão violenta, de acordo com a assessoria, que a cartilagem do dedo ficou exposta, sendo necessário encaminhar a médica para o centro cirúrgico. Durante o procedimento, a ponta do dedo teve que ser removida em virtude da gravidade da mordida.
A mulher recebeu um ‘primeiro atendimento’ no hospital e, logo em seguida, foi direcionada para suporte psiquiátrico em outra unidade. O caso é tratado pelos médicos e demais envolvidos como surto psicótico, motivado por possível depressão pós-parto.
O bebê recebeu alta e está sob a tutela da mãe.
A médica também recebeu alta e, desde então, está afastada do trabalho. Ela registrou um boletim de ocorrência e o processo legal é acompanhado pela assessoria jurídica do hospital.
Em 2014, nesse mesmo hospital, uma mãe matou seu bebê de quarenta dias afogado em um balde. O recém-nascido estava na UTI, conforme informações repassadas pela assessoria.
O hospital, entretanto, revela que nunca teve os profissionais agredidos dessa forma.
Hospital emite nota
A Associação de Assistência e Proteção a Maternidade e a Infância de Mossoró (APAMIM), que administra o Hospital Maternidade Almeida Castro e o Hospital São Luiz, está sob intervenção da Justiça Federal desde outubro de 2014. A equipe que administra a APAMIM é uma Junta Interventora Federal.
A unidade faz uma média de 20 partos por dia, atendendo o público de partos de alto risco de todo oeste do RN, parte do Alto Sertão da Paraíba e região do Vale do Jaguaribe no Ceará.
Confira a nota:
“A Associação de Assistência e Proteção a Maternidade e a Infância de Mossoró – APAMIM esclarece que o incidente ocorrido do dia 21 de outubro relacionado a médica (…) se caracterizou como caso fortuito nunca ocorrido nas dependências do estabelecimento.
A APAMIM promoveu a devida assistência à saúde da profissional, uma vez que zela pela segurança dos profissionais atuantes em seu estabelecimento.
Demais disso, prontamente a APAMIM se reuniu com a empresa NGO com o fim de planejar medidas de gestão necessárias solucionar a problemática vivenciada.
À direção”
O que é depressão pós-parto?
A depressão pós-parto ocorre logo após o parto. Os sintomas incluem tristeza e desesperança. Muitas novas mães experimentam alterações de humor e crises de choro após o parto, que se desvanecem rapidamente.
Elas acontecem principalmente devido às alterações hormonais decorrentes do término da gravidez. No entanto, algumas mães experimentam esses sintomas com mais intensidade, dando origem à depressão pós-parto. Raramente, pode ocorrer uma forma extrema de depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto.
Acreditava-se que somente as mães sofriam desse mal, no entanto, novos estudos mostram que elas também podem afetar os pais.
Depressão pós-parto não é uma falha de caráter ou uma fraqueza. Se você tem depressão pós-parto, o tratamento imediato pode ajudar a gerir os seus sintomas e desfrutar de seu bebê.
Diferença entre baby blues e depressão pós-parto
Pode acontecer de o sentimento de melancolia se manifestar de forma intensa e desmedida, fazendo com que a mãe sinta-se desmotivada diante da vida e não tenha força para lidar com a nova rotina. Nesse caso pode ser que ela esteja com um quadro de depressão pós-parto.
De acordo com a psicóloga Silvia Sueli de souza Maia, professora do curso de Psicologia da Universidade Univeritas/UNG, os custos emocionais ligados à depressão pós-parto fazem com que a mãe interaja menos com a criança.
Da mesma forma, sintomas como irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, diminuição da energia e motivação, desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, ansiedade e sentimentos de incapacidade de lidar com situações novas são emocionalmente potencializadas.
A principal causa da depressão pós-parto é também o enorme desequilíbrio de hormônios reprodutivos no pós-parto. Além disso, a privação de sono, isolamento, alimentação inadequada e falta de apoio do parceiro também podem potencializar esses fatores.
Causas
Não há uma única causa para depressão pós-parto. Fatores físicos, emocionais e de estilo de vida podem influenciar de alguma forma no surgimento da doença.
(Por:AgoraRN)
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