FEZ PARALELO COM AIDS E CÂNCER
Ezequiel Teixeira - Divulgação
Rio - A Justiça do
Rio de Janeiro determinou que o ex-secretário Ezequiel Cortaz Teixeira
pague uma indenização de R$ 100 mil em benefício da população LGBTI+ do
Rio. Ele foi condenado por ter declarado na imprensa, em 2016, quando
estava à frente da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos
Humanos, que acreditava na cura gay, comparando a homossexualidade a
doenças graves como Aids e câncer.
A indenização por danos morais deverá ser revertida para ações do programa Rio Sem Homofobia, do governo do estado.
"O conceito de direitos humanos, como se sabe,
perpassa pela garantia fundamental e universal que visa à proteção de
todos os indivíduos e extratos sociais, sem descriminação, face a ações
ou missões que sequer tendam a abolir direitos ou possam macular a
dignidade, honra e imagem dos indivíduos", diz o juiz Sandro Lucio
Barbosa Pitassi na decisão, que complementa. "É notória a violação e os
prejuízos maiores no que se refere à imagem da população LGBTI+
fluminense, salientado-se a perplexidade do conjunto das declarações da
parte da ré, visto que ocupava à época dos fatos um cargo política de
grande relevância social."
A decisão também obriga Ezequiel a fazer divulgação
do inteiro teor da sentença em veículo de grande circulação no Estado do
Rio, no prazo de 30 dias, sob pena de multa diária que pode variar de
R$ 500 a R$ 100 mil.
"Essa sentença tem grande relevância e valor
educativo, na medida em que evidencia que discriminar pessoas LGBTI+ é
conduta inaceitável, que deve ser repudiada com os rigores da lei. Não
há espaço em nossa sociedade e em nossa ordem jurídica pátria para a
discriminação de pessoas em virtude de sua orientação sexual ou
identidade de gênero, e essa regra vale para qualquer um,
independentemente da classe social ou cargo que ocupe. LGBTIfobia é
crime", disse a defensora pública Letícia Furtado, coordenadora do
Núcleo de Defesa da Diversidade Sexual e dos Direitos Homoafetivos
(Nudiversis) da DPRJ.
Procurada pelo DIA, Ezequiel não deu retorno até a publicação desta matéria.
(Por
O Dia)
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