INVESTIGAÇÃO
Em 2020, foram 16 investidas dos criminosos contra carros-fortes, agências, postos e correspondentes bancários no Rio Grande do Norte. Houve uma redução, comparando os primeiros oito meses de 2019, segundo dados da Polícia Civil - Foto: Divulgação
A Polícia Civil potiguar intensificou as ações contra o chamado “novo
cangaço”, denominação que surgiu no início do século e que vem sendo
empregada como referência a ações de quadrilhas criminosas que invadem
cidades para explodir e assaltar carros-fortes, agências, postos e
correspondentes bancários. No Rio Grande do Norte, três criminosos
considerados de alta periculosidade estão na mira da Divisão
Especializada de Investigação e Combate ao Crime Organizado, a Deicor.
Segundo
o delegado Erick Gomes, os nomes dos bandidos ainda não podem ser
revelados para não atrapalhar as investigações. “Um deles é paraibano,
mas é radicado no Rio Grande do Norte. Os outros dois são potiguares
natos”, limitou-se a revelar.
Mais uma quadrilha desbaratada
A mais recente ação de combate ao chamado novo cangaço foi realizada
nos últimos dias. Começou na tarde da terça-feira 6, com prisão de um
dos homens mais procurados do estado, e terminou nas primeiras horas da
manhã desta quarta 7.
Ao todo, nove pessoas foram presas
suspeitas de fazerem parte de uma quadrilha especializada em roubo a
banco, homicídios e tráfico de drogas, com atuação em municípios da
região Oeste potiguar. Contudo, o grupo também é investigado por ações
criminosas em cidades da Paraíba.
Além dos nove presos, os
agentes ainda apreenderam 122 tabletes prensados de maconha e 19 quilos
de crack – droga avaliada em aproximadamente R$ 1,3 milhão – além de uma
arma de fogo, 18 munições e cinco veículos.
Os mandados foram
cumpridos na praia da Pipa, no litoral Sul do estado, em São José de
Mipibu, na Grande Natal, e em Parnamirim, também na região Metropolitana
da capital potiguar.
Família do crime
Entre os presos está um velho conhecido da polícia. Trata-se de Erasmo Carlos da Silva Fernandes, de 38 anos, mais conhecido como “Palmeirense”, natural de Carnaubais, cidade da região Salineira potiguar. Segundo o delegado Erick Gomes, ele é um dos chefes da facção criminosa Sindicato do RN e membro no novo cangaço, tendo participado dos ataques aos bancos de Umarizal (31 de janeiro) e Campo Grande (28 de fevereiro), ambos no Oeste do estado, e em Coremas, na Paraíba, em 16 de setembro.
Também foi presa na operação Patrícia Silva dos Santos, de 35 anos. Natural de Rio Branco (AC), ela é mulher de Palmeirense. “Ela foi responsável em resgatá-lo, em Coremas (PB), após ele conseguir fugir do cerco policial”, acrescentou Erick.
Ainda de acordo com o delegado, também foi preso Keulen Wendell dos Santos Diniz, de 20 anos, apelidado de “Galalau”. Ele é filho de Patrícia. Contra o enteado de Palmeirense haviam três mandados de prisão em aberto (dois por homicídio e um por roubo), crimes ocorridos no Paraná.
Demais presos
Durante a operação também foram presos em flagrante:
- Mikael Diego Silva da Costa, o “Gudan”, de 34 anos;
- Cleidson Cavalcanti de Lima, o “Uber”, de 31 anos;
- Adonilson Ionaci de Medeiros, o “Dom”, de 44 anos;
- Micheline Mendes de Medeiros, de 41 anos, mulher de Adonilson.
- Glenda Natalie Albuquerque de Lima, de 30 anos, também chamada de “Patroa”, Galega” ou “Abençoada”;
- Francisco Hugo Pereira Brandão, o “Hugo”, de 23 anos, namorado de Glenda.
Todos foram autuados por tráfico de drogas, associação ao tráfico, organização criminosa, posse ilegal de arma de fogo e uso de documento falso.
Queda no número de ataques a bancos foi destaque no Agora RN
O trabalho realizado pela Deicor, especialmente as ações de combate ao novo cangaço, foi destaque no jornal e portal Agora RN no dia 19 de setembro. Na ocasião, a reportagem mostrou que houve uma redução, comparando os primeiros oito meses de 2019 com o mesmo período de 2020, no número de ataques a bancos no Rio Grande do Norte.
“Em 2019, foram 22 investidas dos criminosos em território potiguar. Este ano, até o momento, 16. A queda no número de ataques ocorridos no Rio Grande do Norte pode ser considerada uma vitória da segurança pública contra o cangaço”, destacou o delegado Erick Gomes. “Nos últimos 4 anos, a Secretaria de Segurança vem somando esforços na área investigativa, e isso tem enfraquecido o novo cangaço”, acrescentou.
(Por:Anderson Barbosa/AgoraRN)
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