domingo, 4 de abril de 2021

Aos 84 anos, Agnaldo Timóteo morre vítima da Covid-19. Cantor estava internado desde o dia 17 de março

 TRISTE NOTÍCIA

Agnaldo Timóteo

Rio - Agnaldo Timóteo morreu, na manhã deste sábado, vítima de complicações da Covid-19. O cantor estava internado na UTI da Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, desde o dia 17 de março. No último dia 27, Agnaldo precisou ser intubado para "ser tratado de forma mais segura". A informação foi confirmada pela assessoria do artista através de uma nota. 

"É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo Timóteo não resistiu as complicações decorrentes do COVID-19 e faleceu hoje às 10:45 horas. Temos a convicção que Timóteo deu o seu Melhor para vencer essa batalha e a venceu! Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações!  A família agradece todo o apoio e profissionalismo da Rede Hospital Casa São Bernardo nessa batalha. A Família informa que a Corrente de Fé, com pensamentos positivos e orações, permanecerá, em prol de um mundo melhor!", dizia o comunicado. 

Sobrinho do cantor, o assessor de imprensa Timotinho falou sobre o assunto através do Instagram. "Confirmo o falecimento do cantor Agnaldo Timóteo. Minha eterna gratidão por tudo. Descanse em paz. Obrigado sempre por todo o carinho", disse.

Agnaldo já tinha dado um susto nos fãs, em maio do ano passado, ao sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Mas, na época, ele conseguiu se recuperar da doença. 

Trajetória

Agnaldo Timóteo Pereira, mais conhecido como Agnaldo Timóteo, nasceu em Caratinga, Minas Gerais, em uma família humilde. Começou a carreira artística cantando em circos, mas só foi notado nos fim dos anos 50 ao cantar em programas de calouro em rádios de Caratinga, Governador Valadares e Belo Horizonte. O artista, que interpretava canções de Cauby Peixoto, logo ficou conhecido “Cauby mineiro”. Nesta época, ele conciliava as apresentações com o trabalho de torneiro mecânico.

Nos anos 60, em Belo Horizonte, ele conheceu a cantora Ângela Maria em um show e recebeu da ídola o conselho para que ele fosse ao Rio de Janeiro, onde teria mais chances como cantor. Agnaldo seguiu o conselho dela e se mudou para a Cidade Maravilhosa. Sem trabalho, ele pediu um emprego para a cantora e começou a trabalhar de motorista para ela. 

Com o aval de sua patroa, em 1961, o artista lançou um 78 rotações com “Sábado no Morro” e “Cruel Solidão”. No entanto, nenhum dos dois estouraram. Já em 1963, pela Philips, gravou o compacto duplo “Tortura de Amor” de Waldick Soriano, um trabalho mais romântico. As 180 cópias foram vendidas de mão em mão pelo próprio artista.

No entanto, em 1965, o sucesso chegou após ele cantar 'A casa do sol nascente', versão em português da música The house of the rising sun, tradicional tema folk que o grupo inglês The Animals gravou em 1964, em um programa exibido pela TV Rio, já extinta. 

Devido a isso, ele assinou um contrato com a Odeon, gravadora na qual permaneceu por 20 anos até ser dispensado em 1985, e lançou um primeiro álbum intitulado Surge um astro (1965), um disco de versões de sucessos internacionais lançado naquele ano, foi sucesso de vendas.

Desde então, Agnaldo Timóteo se consagrou. Em 1967, lançou "Meu grito", música inédita de Roberto Carlos, então o rei da juventude brasileira. Depois dela, vieram vários sucessos como "Ave-Maria", "Mamãe" e "Os Verdes Campos De Minha Terra".

Em 1982, ele foi candidato a Deputado Federal e em 1995 foi novamente eleito, mas renunciou em 1996 para concorrer e ser eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, onde atuou de 1997 a 2000. Em 2004 ele foi também eleito vereador, mas em São Paulo.

Último trabalho

Duas semanas antes de ser internado com Covid-19, Agnaldo Timóteo começou a gravar álbum em homenagem à Ângela Maria. De acordo com o colunista Mauro Ferreira, o cantor gravou sete músicas do repertório da cantora. As gravações foram feitas somente com o toque do piano de Moisés Pedrosa, único músico presente no estúdio.


(Por O Dia)

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