CILINDROS DE OXIGÊNIO
O Amazonas enfrentou uma grave crise sanitária em janeiro deste ano, com falta de oxigênios em hospitais do estado por conta da pandemia da Covid-19, deixando uma série de pacientes mortos. Isto não impediu que cilindros de oxigênio fossem desviados por supostos participantes de organizações não governamentais (ONG’s).
Reportagem divulgada pelo Fantástico neste domingo (4/4) mostra que João Victor Araújo da Silva foi preso na última semana. Ele se tornou voluntário de uma ONG que transportava cilindros doados para hospitais de todo o estado do Amazonas.
Se apresentando como policial, João Victor desviava cilindros para revender a valores superfaturados. Segundo policiais, o acusado pode ter desviados mais de 60 “balas” (como são chamados, pelo formato) de oxigênio.
Os cilindros chegavam até Manaus de avião ou barco. A ONG, por sua vez, era responsável por encaminhar os cilindros aos hospitais. A investigação ponta que o acusado sempre se oferecia para fazer o transporte.
Segundo a polícia, no auge da crise no Amazonas, ele chegou a revender o produto por R$ 6 mil.
Internet
Os cilindros eram vendidos, segundo a investigação, em páginas on-line, com perfis que permitiam identificar João Victor. O furto, porém, só foi investigado após um empresário alertar a SOS Amazônia que cilindros com a marca da ONG estavam sendo vendidos na internet.
O caso foi comunicado a polícia, que conseguiu rastrear João Victor. Segundo a investigação, após a crise de saúde no Amazonas, o falso voluntário começou a procurar “clientes” em outros estados. Em um áudio recuperado pela polícia, João Vitor diz que o furto “não dá B.O. não”.
Em seis meses, o suspeito conseguiu arrecadar R$ 140 mil, que, ainda segundo a polícia, gastou em festas e viagens.
Além de João Vitor, uma mulher que armazenava os cilindros roubados em casa também foi presa.
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