quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Candidato do PMDB ao governo quer retomada do crescimento do RN. Henrique Eduardo Alves fala dos potenciais do RN. G1 publica perfis dos cinco candidatos ao governo do Rio Grande do Norte

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Fernanda Zauli Do G1 RN
Henrique Eduardo Alves (PMDB) (Foto: Cláudio Abdon)Henrique Eduardo Alves (PMDB) (Foto: Cláudio Abdon)
 
"Filho do cassado". Foi assim que Henrique Alves ficou conhecido quando seu pai, Aluízio Alves, foi cassado durante a ditadura militar, em 1969. Aos 20 anos, o jovem, que estava acostumado a ser bem recebido por onde passava, viu pessoas atravessarem a rua e evitarem estar nos mesmo lugares que ele. Era o medo de demonstrar amizade por alguém cassado pela ditadura. O afastamento do pai foi determinante para Henrique optar pela política. Se candidatou em 1970 e foi eleito deputado federal. Agora, após 43 anos de vida parlamentar, Henrique Eduardo Alves (PMDB) quer ser governador do Rio Grande do Norte e diz que, se eleito, pretende trabalhar para retomar o crescimento do Rio Grande do Norte.

Henrique Eduardo Alves (PMDB), candidato ao governo do RN  (Foto: Divulgação/Assessoria de campanha)
Desta segunda-feira (25) até sexta (29), o G1 publica os perfis dos cinco candidatos ao governo do Rio Grande do Norte. A ordem de publicação foi definida em sorteio realizado com a presença de assessores dos candidatos.

A política, segundo ele, “está no sangue”. A grande refência sempre foi o pai Aluízio Alves de quem diz ter herdado o espírito de liderança e o amor pelo Rio Grande do Norte. O pai é lembrado como um grande exemplo, um guia. "Eu valorizava muito o que ele fazia. Ver todo o carinho, a dedicação que ele recebia do povo de volta, aquilo tudo me encantava", diz.

Após 11 mandatos como deputado federal e dois anos à frente da presidência da Câmara, Henrique destaca a coerência sua principal marca. "De repente aquele menino que passou tudo que passou como o 'filho do cassado', se tornou o presidente da Câmara dos Deputados. De um estado pequenininho, que jamais pensaria em ter um presidente da Câmara - que historicamente é de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais - de repente do Nordeste, do RN, que é a menor bancada de todas com apenas oito deputados e se torna presidente da Câmara. É como se fosse um coroamento de tudo que fizemos, do caminho coerente que nós seguimos", diz.
Fotos do candidato Henrique Eduardo Alves (PMDB) (Foto: Arquivo pessoal/candidato) 
Imagens mostram momentos marcantes da vida de Henrique Eduardo Alves. Acima, Henrique com a Papa Francisco e a presidente Dilma Rousseff; Henrique em campanha; o casamento com a jornalista Laurita Arruda. Abaixo, Henrique nas Diretas Já, e acompanhado do primo Garibaldi Alves Filho (PMDB) (Foto: Arquivo pessoal/candidato)
 
O caminho natural talvez fosse uma nova candidatura a deputado federal para tentar a reeleição como presidente da Câmara dos Deputados, o terceiro cargo na sucessão presidencial. Mas Henrique optou por concorrer ao governo do RN por acreditar que o estado precisa de força política para se reerguer. "O Rio Grande do Norte passa por uma crise na saúde, na segurança pública, na mobilidade, na educação, infraestrutura. Eu não quero acusar ninguém porque eu acho que ninguém é governador pra fazer o mal, mas as circunstâncias tornaram o RN muito isolado de um governo atuante, realizador. Agora o estado precisa se reerguer e é preciso força política pra fazer, ter apoios, boa gestão pra abrir espaço no Governo Federal, pra se impor no cenário do Nordeste", avalia.

Para retomar o crescimento do Rio Grande do Norte, segundo ele, é preciso compatibilizar as finanças do estado. E para isso, ele aponta três caminhos: parcerias com o Governo Federal; renegociação da dívida do estado; e parceria público-privada para investimentos em infraestrutura. "A exemplo do aeroporto que foi construído por uma parceria público-privada".

Agora o estado precisa se reerguer e é preciso força política pra fazer, ter apoios, boa gestão pra abrir espaço no Governo Federal, pra se impor no cenário do Nordeste"
 
Henrique Alves,
candidato do PMDB
 
Pai de três filhos e casado com a jornalista Laurita Arruda, Henrique conta que um dos momentos mais difíceis que enfrentou foi quando lutou contra um câncer de garganta. A cura veio em 1998, após tratamento médico. Segundo ele, para não preocupar o pai, Aluízio, ambos fingiam não saber que se tratava de um câncer.

Na Câmara dos Deputados, Henrique participou da oposição à ditadura; do movimento das Diretas Já e da Assembleia Nacional Constituinte, que resultaram na redemocratização do País, nos anos 1980. Ao longo dos 11 mandatos, apresentou 672 proposições, entre projetos de lei, propostas de emendas à Constituição e outras. Foi relator de 57 matérias, dentre as quais se destacam o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida e o novo regime de distribuição dos royalties do petróleo no pré-sal.

O G1 pediu que Henrique Alves respondesse a três perguntas feitas a todos os candidatos. Confira as respostas abaixo.

Na sua opinião, qual é o principal problema do Rio Grande do Norte?

Hoje a segurança pública é um caso de grito de socorro. A única cidade-sede que o Governo Federal se preocupava na Copa do Mundo era Natal. O próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, me disse que aqui não tinha nada, nem cone pra sinalizar as ruas, colete, armamento, carro, nada, que a logística de segurança é uma das piores do Brasil. Fizeram uma coisa para a Copa, mas a desestruturação continuou. Eu sou de um tempo em que a insegurança ameaçava os grandes empresários. Hoje uma banca de jornal, uma pequena padaria, os pequenos comerciantes estão sendo assaltados a todo momento. É um descontrole absoluto que tem o jovem como vítima principal. Só que não é o jovem com 18, 20 anos, é o jovem com 10, 12 anos que atraído pelo crime e pela droga está se contaminando no seio da família norte-rio-grandense e isso tem que ter um basta. Eu vou buscar parceria com o governo federal e através do programa Brasil Mais Seguro vamos equipar as polícias e investir na segurança pública.


E a maior virtude?

O Rio Grande do Norte tem muitas potencialidades. Nós produzimos 95% do sal brasileiro, temos o primeiro lugar em energia eólica, temos minérios, temos petróleos, somos o segundo estado em maior produção de petróleo de subsolo. As maiores indústrias têxteis do Brasil estão no Rio Grande do Norte: Vicunha, Guararapes, Alpargatas; sem falar no turismo que é o carro chefe da nossa economia. Como é que um estado com toda essa potencialidade, como é que um estado com tudo isso é rico e é pobre? Tá faltando gestão e eu entendo que antes de uma boa gestão tem que ter uma boa política. Por isso que eu digo que precisamos de pessoas experientes para esse novo momento do Rio Grande do Norte, com uma boa base parlamentar de apoio, assim eu acho que vamos conseguir reerguer nosso estado.

Como o senhor vai mudar a vida dos potiguares nos próximos quatro anos?


O governador tem que dar o exemplo na sua postura e eu vejo três caminhos: primeiro a transparência. Tem que mostrar ao cidadão que é um governo transparente em todos os seus caminhos. Segundo é a descentralização: você tem que descentralizar, delegar, e pra isso você tem que formar uma boa equipe, qualificada, não há super-homem, não há salvador da pátria, tem que dividir responsabilidades, formar uma boa equipe onde você consiga delegando agilizar o processo burocrático e administrativo do estado. E o terceiro: planejamento, não podemos ficar improvisando soluções. Planejar o estado por dez, vinte anos, eu estou tentando e vou conseguir unir o Rio Grande do Norte. Se eleito, já em janeiro vou fazer a primeira reunião dos governadores do Nordeste. Eu só entendo que vamos crescer como devemos crescer se a região se desenvolver. Por isso eu vou tentar fazer esse pacto dos governadores do Nordeste.

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