quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Jovem posta foto com namorado e sofre racismo: “onde comprou essa escrava?.” Caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Muriaé, na Zona da Mata mineira

RACISMO
Jovem apagou o perfil após ler os comentários. Foto: Divulgação
Jovem apagou o perfil após ler os comentários. Foto: Divulgação
“Onde comprou essa escrava?”. Foi com esse comentário que uma jovem de Muriaé, na Zona da Mata de Minas Gerais, se deparou ao entrar em seu perfil no Facebook. A menina, negra, tinha publicado uma foto com o namorado, que é branco.

Na sequência, vieram mais frases preconceituosas. O autor do primeiro comentário escreveu outras vezes: “me vende ela”. Um rapaz perguntou: “seu dono?” enquanto um terceiro internauta disse “parece até que estão na senzala”. O caso agora é investigado pela Polícia Civil.

O delegado Eduardo Freitas da Silva, da 31ª Aisp (Área Integrada de Segurança Pública) da cidade, já deu início ao inquérito. O crime será tratado como injúria racial, com pena que pode chegar a três anos, além de multa.

Ao policial, a jovem disse que não sabe quem são os autores dos comentários. Abalada com a repercussão, ela decidiu apagar o perfil na rede social. A polícia agora tenta identificar os suspeitos. Silva não descarta pedir ajuda à Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Cibernéticos de Belo Horizonte.
O advogado Alexandre Atheniense, especialista em direito digital, alerta que, mesmo com a exlcusão da imagem e dos comentários, o conteúdo das redes sociais fica disponível para as autoridades.
“É bom registrar que depois do dia 24 de junho, quando entrou em vigor o Marco Civil da Internet, a efetividade dessa punição é ainda maior. Agora, os provedores serão obrigados a preservar essas provas pelo prazo mínimo de seis meses e máximo de até um ano”.

Fonte: R7

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