AJUSTE DE CONTAS
A presidente Dilma Rousseff vai anunciar nesta quinta-feira (27) os
ministros que comandarão a Fazenda e o Planejamento em seu segundo
mandato. Os mais cotados para os cargos — o ex-secretário do Tesouro
Nacional Joaquim Levy (Fazenda) e o ex-secretário-executivo da Fazenda
Nelson Barbosa (Planejamento) — assumirão as pastas em janeiro com a
missão de retomar o crescimento e recuperar a confiança de investidores e
empresários, preocupados com o PIB baixo e o desequilíbrio fiscal
(despesas maiores que as receitas).
A nova equipe econômica do governo, completada por Alexandre Tombini (que deve se manter na chefia do Banco Central), sinaliza que a presidente Dilma está disposta a dar mais independência e autonomia para os comandados, uma das críticas de especialistas e de agentes do mercado financeiro à atual gestão.
Os novos ministros não devem tomar posse imediatamente, mas vão trabalhar no Palácio do Planalto, ao lado dos atuais ministros, para montar a transição econômica, segundo explicou na quarta-feira (26) o ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Thomas Traumann.
A transição entre as equipes tem recebido muita atenção da presidente. Dilma se reuniu na terça-feira (25) com Levy para acelerar a apresentação de um “pacote” de resgate da credibilidade fiscal do governo.
Uma fonte do governo disse na quarta à agência de notícias Reuters, na condição de anonimato, que Levy terá a missão de desmontar gradualmente a política feita nos últimos anos, revertendo as desonerações tributárias.
“Não tem como o governo manter a política anticíclica. Levy vai assumir o cargo de ministro da Fazenda para rever as contas, reverter desonerações, gerar mais receita e criar ambiente para a melhora do investimento privado”, disse a fonte.
As desonerações tributárias, nos primeiros dez meses do ano, somaram quase R$ 85 bilhões, e são uma das principais responsáveis pelo mau desempenho fiscal do governo. Entre elas, estão a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de veículos, que termina neste ano, e a das folhas de pagamento de diversos setores, que ainda continua. O desmonte dessa política, iniciada para estimular a atividade econômica, será feito de forma gradual.
As medidas em estudo também envolvem mudança no seguro-desemprego e abono salarial, além de contenção de gasto da máquina pública.
Também está em análise o aumento da alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico) sobre combustíveis, zerada desde 2012. Além de gerar receita anual superior a R$ 10 bilhões, o tributo pode melhorar a competitividade do etanol no mercado brasileiro.
Esse conjunto de medidas está em fase final de elaboração, mas não deve ser anunciado hoje.
Atualmente executivo do Bradesco, Levy esteve no comando do Tesouro durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, e comprou várias brigas com os petistas. Esses desentendimentos do passado demonstram um perfil mais independente. Postura diferente da de Guido Mantega, que deixa a Fazenda após oito anos à frente da pasta e sob uma enxurrada de críticas a respeito do comando da política econômica do País.
Formado em Engenharia Naval, Levy tem doutorado em Economia pela Universidade de Chicago e mestrado, também em Economia, pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Nelson Barbosa, por sua vez, já esteve no governo Dilma, mas deixou a Secretaria Executiva da Fazenda no ano passado alegando motivos pessoais. Nos bastidores, a informação é de que ele não concordava com a ingerência do Planalto e com as manobras contábeis realizadas pelo presidente do Tesouro Nacional, Arno Augustin — outro que deve deixar o cargo na próxima gestão.
Apesar de Barbosa não ser considerado um nome ligado ao mercado, pesou a seu favor a vontade pessoal de Dilma, que tem um bom relacionamento com ele. Além do segundo posto mais importante na Fazenda, ele também ocupou a Secretaria de Acompanhamento Econômico, entre 2007 e 2008, e a Secretaria de Política Econômica entre 2008 e 2010.
Fonte: R7
A nova equipe econômica do governo, completada por Alexandre Tombini (que deve se manter na chefia do Banco Central), sinaliza que a presidente Dilma está disposta a dar mais independência e autonomia para os comandados, uma das críticas de especialistas e de agentes do mercado financeiro à atual gestão.
Os novos ministros não devem tomar posse imediatamente, mas vão trabalhar no Palácio do Planalto, ao lado dos atuais ministros, para montar a transição econômica, segundo explicou na quarta-feira (26) o ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Thomas Traumann.
A transição entre as equipes tem recebido muita atenção da presidente. Dilma se reuniu na terça-feira (25) com Levy para acelerar a apresentação de um “pacote” de resgate da credibilidade fiscal do governo.
Uma fonte do governo disse na quarta à agência de notícias Reuters, na condição de anonimato, que Levy terá a missão de desmontar gradualmente a política feita nos últimos anos, revertendo as desonerações tributárias.
“Não tem como o governo manter a política anticíclica. Levy vai assumir o cargo de ministro da Fazenda para rever as contas, reverter desonerações, gerar mais receita e criar ambiente para a melhora do investimento privado”, disse a fonte.
As desonerações tributárias, nos primeiros dez meses do ano, somaram quase R$ 85 bilhões, e são uma das principais responsáveis pelo mau desempenho fiscal do governo. Entre elas, estão a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de veículos, que termina neste ano, e a das folhas de pagamento de diversos setores, que ainda continua. O desmonte dessa política, iniciada para estimular a atividade econômica, será feito de forma gradual.
As medidas em estudo também envolvem mudança no seguro-desemprego e abono salarial, além de contenção de gasto da máquina pública.
Também está em análise o aumento da alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico) sobre combustíveis, zerada desde 2012. Além de gerar receita anual superior a R$ 10 bilhões, o tributo pode melhorar a competitividade do etanol no mercado brasileiro.
Esse conjunto de medidas está em fase final de elaboração, mas não deve ser anunciado hoje.
Atualmente executivo do Bradesco, Levy esteve no comando do Tesouro durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, e comprou várias brigas com os petistas. Esses desentendimentos do passado demonstram um perfil mais independente. Postura diferente da de Guido Mantega, que deixa a Fazenda após oito anos à frente da pasta e sob uma enxurrada de críticas a respeito do comando da política econômica do País.
Formado em Engenharia Naval, Levy tem doutorado em Economia pela Universidade de Chicago e mestrado, também em Economia, pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Nelson Barbosa, por sua vez, já esteve no governo Dilma, mas deixou a Secretaria Executiva da Fazenda no ano passado alegando motivos pessoais. Nos bastidores, a informação é de que ele não concordava com a ingerência do Planalto e com as manobras contábeis realizadas pelo presidente do Tesouro Nacional, Arno Augustin — outro que deve deixar o cargo na próxima gestão.
Apesar de Barbosa não ser considerado um nome ligado ao mercado, pesou a seu favor a vontade pessoal de Dilma, que tem um bom relacionamento com ele. Além do segundo posto mais importante na Fazenda, ele também ocupou a Secretaria de Acompanhamento Econômico, entre 2007 e 2008, e a Secretaria de Política Econômica entre 2008 e 2010.
Fonte: R7
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