FUTEBOL
Se a consagração não veio com a mesma facilidade do ano
passado, a consistência sobretudo da primeira parte do campeonato fez com que o
time comandado por Marcelo Oliveira não perdesse o controle das ações nem mesmo
quando rivais como São Paulo ou Internacional ousaram se aproximar na tabela.
No final, os raros momentos de oscilação e a maratona de jogos causada pela
disputa simultânea da Copa do Brasil não atrapalharam uma conquista obtida de
forma indiscutível.
“Comemoramos hoje, mas não conseguimos nada de mão beijada.
A diretoria ajudou muito, todo mundo esteve comprometido e os jogadores se
doaram o tempo todo. Isso fez com que fôssemos os melhores mandantes, os
melhores visitantes, tivéssemos o melhor ataque e a maior sequência na
liderança”, explicou Marcelo Oliveira, que se tornou apenas o quinto treinador
a conquistar um bicampeonato nacional. “É sensacional, algo que me deixa
emocionado. Eu me sinto gratificado e recompensado por tudo que fizemos”,
completou, ainda no gramado do Mineirão.
Os números da competição dão respaldo a Marcelo Oliveira.
Restando duas rodadas para o término, o Cruzeiro soma 23 vitórias e 64 gols
marcados, com apenas 36 sofridos, para um aproveitamento de pontos de 70%.
Foram 30 rodadas na liderança e poucas ameaças - a maior delas quando o São
Paulo venceu o duelo direto no Morumbi e quando a equipe perdeu para
Corinthians e Flamengo de forma consecutiva. No final, porém, uma arrancada de
oito jogos sem derrotas, com cinco vitórias seguidas, consolidou o título.
Sem tempo para comemorar?
A queda de ritmo das últimas semanas não chegou a colocar em
risco a campanha, mas deixou algumas marcas negativas no elenco. Cansaço,
lesões e a derrota na primeira partida da final da Copa do Brasil para o rival
Atlético Mineiro mexeram com os jogadores, que não escondiam o alívio pela
conquista antecipada deste domingo. Para eles, agora, o momento é de comemorar
e já passar a ficar na decisão da quarta-feira contra o Galo. Em jogo, a
segunda tríplice coroa da história do clube (a outra foi obtida em 2003).
“Vamos comemorar, mas logo estaremos com a cabeça no outro
campeonato. Não vai ter cansaço, vamos dar tudo para conseguir essa tríplice
coroa”, destacou Éverton Ribeiro, um dos líderes da equipe e que, ao contrário
do ano passado, participou de forma decisiva da partida que garantiu o título.
“Essa conquista é muito especial. No ano passado eu não estive no jogo que nos
deu o título. Hoje fiz gol, mas o mérito é de todos que correram e se
dedicaram.”
Um dos artilheiros do time, Marcelo Moreno também se mostrou
satisfeito por enfim virar a página do Brasileirão. “Não foi fácil. Tivemos que
pensar sempre jogo a jogo para seguir na liderança. Todo mundo queria ganhar da
gente, mas temos um grupo muito bom, profissional, dedicado e garantimos esse
título. Somos merecedores de tudo o que está acontecendo”, explicou o
boliviano, autor de 14 gols no campeonato, um a menos que Ricardo Goulart, que
abriu o placar contra o Goiás e divide a artilharia geral do campeonato com Henrique,
do Palmeiras, e Fred, do Fluminense.
Dupla paulista comemora
Enquanto o Cruzeiro empatava com o Goiás, a notícia que veio
de Cuiabá no início da segunda etapa causou aquele esboço de preocupação no
Mineirão. Era o gol do São Paulo, de Boschilia, que ia impedindo o título
antecipado da Raposa. O suspense durou pouco, mas o Tricolor paulista, que
escalou time reserva de olho mesmo na semifinal da Copa Sul-Americana, deixou a
Arena Pantanal satisfeito com a vitória no clássico contra o Santos por 1 a 0.
O time de Muricy Ramalho se tornou, assim, o segundo
classificado para a Copa Libertadores de 2015 e ainda deu passo decisivo para
terminar o campeonato logo atrás do campeão Cruzeiro, com uma campanha
inversamente proporcional à do ano passado, quando lutou com unhas e dentes
para não cair. Assim como os mineiros, a equipe se vira agora para a decisão da
quarta, precisando reverter no Morumbi a derrota por 1 a 0 sofrida diante do
Atletico Nacional para ir à final do torneio continental.
Quem também praticamente pode comemorar a vaga na
Libertadores é o Corinthians, que bateu o Grêmio por 1 a 0, gol de Paolo
Guerrero. A equipe foi a 66 pontos na tabela, três a menos que o São Paulo, e
ainda luta pela segunda posição. Os gaúchos, com a segunda derrota seguida,
ficaram em situação complicada, com 60, precisando de vitórias e tropeços de
rivais como Inter e Atlético-MG.
Mais definição
No topo, o Cruzeiro como campeão. Na parte de baixo da
tabela, o primeiro rebaixado. Com o empate em 1 a 1 com o Flamengo, o Criciúma
caiu para a segunda divisão dois anos após voltar à elite.Quem está perto de se
juntar aos catarinenses são Botafogo e Bahia. Os cariocas perderam para o a
Chapecoense por 2 a 0, ficaram com 33 pontos e só escapam da segunda divisão
com um milagre.
Já o Coritiba respirou aliviado e ainda complicou o
Palmeiras com o triunfo por 2 a 0. Os paranaenses foram a 41 pontos, enquanto
os paulistas ficaram com 39, um a mais que o Vitória, o primeiro na zona da
degola.
Os resultados da 36ª rodada:
Internacional 2 x 1 Atlético Mineiro
Bahia 1 x 2 Atlético Paranaense
Cruzeiro 2 x 1 Goiás
Santos 0 x 1 São Paulo
Figueirense 2 x 0 Vitória
Flamengo 1 x 1 Criciúma
Sport 2 x 2 Fluminense
Corinthians 1 x 0 Grêmio
Coritiba 2 x 0 Palmeiras
Chapecoense 2 x 0 Botafogo
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