segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O Brasil é de novo azul: Cruzeiro, tetracampeão nacional. O time celeste é, pelo segundo ano consecutivo, o melhor time do Brasil; é, pela quarta vez na história, campeão nacional.

FUTEBOL

cruzeiro_091O gramado encharcado pela chuva deixou o jogo truncado no Mineirão. Um gol do Goiás no início do segundo tempo e outro do São Paulo, bem longe dali, fizeram com que a torcida esboçasse um início de preocupação. Nada, porém, que estragasse uma festa há muito programada. E foi com uma cabeçada certeira de Éverton Ribeiro já na reta final que veio o alívio pela vitória (2 a 1) e a confirmação que todos aguardavam: o Cruzeiro é, pelo segundo ano consecutivo, o melhor time do Brasil; é, pela quarta vez na história, campeão nacional.
Se a consagração não veio com a mesma facilidade do ano passado, a consistência sobretudo da primeira parte do campeonato fez com que o time comandado por Marcelo Oliveira não perdesse o controle das ações nem mesmo quando rivais como São Paulo ou Internacional ousaram se aproximar na tabela. No final, os raros momentos de oscilação e a maratona de jogos causada pela disputa simultânea da Copa do Brasil não atrapalharam uma conquista obtida de forma indiscutível.

“Comemoramos hoje, mas não conseguimos nada de mão beijada. A diretoria ajudou muito, todo mundo esteve comprometido e os jogadores se doaram o tempo todo. Isso fez com que fôssemos os melhores mandantes, os melhores visitantes, tivéssemos o melhor ataque e a maior sequência na liderança”, explicou Marcelo Oliveira, que se tornou apenas o quinto treinador a conquistar um bicampeonato nacional. “É sensacional, algo que me deixa emocionado. Eu me sinto gratificado e recompensado por tudo que fizemos”, completou, ainda no gramado do Mineirão.

Os números da competição dão respaldo a Marcelo Oliveira. Restando duas rodadas para o término, o Cruzeiro soma 23 vitórias e 64 gols marcados, com apenas 36 sofridos, para um aproveitamento de pontos de 70%. Foram 30 rodadas na liderança e poucas ameaças - a maior delas quando o São Paulo venceu o duelo direto no Morumbi e quando a equipe perdeu para Corinthians e Flamengo de forma consecutiva. No final, porém, uma arrancada de oito jogos sem derrotas, com cinco vitórias seguidas, consolidou o título.
Sem tempo para comemorar?

A queda de ritmo das últimas semanas não chegou a colocar em risco a campanha, mas deixou algumas marcas negativas no elenco. Cansaço, lesões e a derrota na primeira partida da final da Copa do Brasil para o rival Atlético Mineiro mexeram com os jogadores, que não escondiam o alívio pela conquista antecipada deste domingo. Para eles, agora, o momento é de comemorar e já passar a ficar na decisão da quarta-feira contra o Galo. Em jogo, a segunda tríplice coroa da história do clube (a outra foi obtida em 2003).

“Vamos comemorar, mas logo estaremos com a cabeça no outro campeonato. Não vai ter cansaço, vamos dar tudo para conseguir essa tríplice coroa”, destacou Éverton Ribeiro, um dos líderes da equipe e que, ao contrário do ano passado, participou de forma decisiva da partida que garantiu o título. “Essa conquista é muito especial. No ano passado eu não estive no jogo que nos deu o título. Hoje fiz gol, mas o mérito é de todos que correram e se dedicaram.”

Um dos artilheiros do time, Marcelo Moreno também se mostrou satisfeito por enfim virar a página do Brasileirão. “Não foi fácil. Tivemos que pensar sempre jogo a jogo para seguir na liderança. Todo mundo queria ganhar da gente, mas temos um grupo muito bom, profissional, dedicado e garantimos esse título. Somos merecedores de tudo o que está acontecendo”, explicou o boliviano, autor de 14 gols no campeonato, um a menos que Ricardo Goulart, que abriu o placar contra o Goiás e divide a artilharia geral do campeonato com Henrique, do Palmeiras, e Fred, do Fluminense.

Dupla paulista comemora
Enquanto o Cruzeiro empatava com o Goiás, a notícia que veio de Cuiabá no início da segunda etapa causou aquele esboço de preocupação no Mineirão. Era o gol do São Paulo, de Boschilia, que ia impedindo o título antecipado da Raposa. O suspense durou pouco, mas o Tricolor paulista, que escalou time reserva de olho mesmo na semifinal da Copa Sul-Americana, deixou a Arena Pantanal satisfeito com a vitória no clássico contra o Santos por 1 a 0.

O time de Muricy Ramalho se tornou, assim, o segundo classificado para a Copa Libertadores de 2015 e ainda deu passo decisivo para terminar o campeonato logo atrás do campeão Cruzeiro, com uma campanha inversamente proporcional à do ano passado, quando lutou com unhas e dentes para não cair. Assim como os mineiros, a equipe se vira agora para a decisão da quarta, precisando reverter no Morumbi a derrota por 1 a 0 sofrida diante do Atletico Nacional para ir à final do torneio continental.

Quem também praticamente pode comemorar a vaga na Libertadores é o Corinthians, que bateu o Grêmio por 1 a 0, gol de Paolo Guerrero. A equipe foi a 66 pontos na tabela, três a menos que o São Paulo, e ainda luta pela segunda posição. Os gaúchos, com a segunda derrota seguida, ficaram em situação complicada, com 60, precisando de vitórias e tropeços de rivais como Inter e Atlético-MG.

Mais definição
No topo, o Cruzeiro como campeão. Na parte de baixo da tabela, o primeiro rebaixado. Com o empate em 1 a 1 com o Flamengo, o Criciúma caiu para a segunda divisão dois anos após voltar à elite.Quem está perto de se juntar aos catarinenses são Botafogo e Bahia. Os cariocas perderam para o a Chapecoense por 2 a 0, ficaram com 33 pontos e só escapam da segunda divisão com um milagre.

Já o Coritiba respirou aliviado e ainda complicou o Palmeiras com o triunfo por 2 a 0. Os paranaenses foram a 41 pontos, enquanto os paulistas ficaram com 39, um a mais que o Vitória, o primeiro na zona da degola.

Os resultados da 36ª rodada:

Internacional 2 x 1 Atlético Mineiro
Bahia 1 x 2 Atlético Paranaense
Cruzeiro 2 x 1 Goiás
Santos 0 x 1 São Paulo
Figueirense 2 x 0 Vitória
Flamengo 1 x 1 Criciúma
Sport 2 x 2 Fluminense
Corinthians 1 x  0 Grêmio
Coritiba 2 x  0 Palmeiras
Chapecoense 2 x 0 Botafogo

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