CRÍTICA
Foto: ANSA
O papa Francisco fez
uma homília forte durante a missa de Santa Marta nesta sexta-feira (21) e
afirmou que Deus não tem nada a ver com dinheiro e que a Igreja
Católica não pode ser “exploradora” ou vender a salvação.
“Há duas coisas que o povo de Deus não
pode perdoar: um padre ligado ao dinheiro e um padre que maltrate as
pessoas”, ressaltou o Pontífice dizendo que “os laicos” devem fazer
denúncias “na cara do pároco” sobre o tráfico de dinheiro nas paróquias.
Segundo a Rádio Vaticana, Francisco usou como exemplo a leitura da
Bíblia em que Jesus expulsa os mercadores do Templo.
O Pontífice ressaltou que, muitas vezes
ao entrar em uma Igreja, ainda hoje há a “lista de preços” para o
batismo, para uma benção, para as intenções da Missa e “o povo se
escandaliza”.
Ele aproveitou para contar um fato que observou enquanto era padre.
“Estava com um grupo de universitários e
vários deles queriam se casar. Tinham ido a uma paróquia e queriam
fazer o casamento com uma missa. E o secretário paroquial lhes disse:
“Não, vocês não podem”. “Mas porque não podemos casar com a missa?”.
“Não, não pode porque acrescenta mais de 20 minutos à celebração”. “Mas
por que?”. “Porque há outros horários”. “Mas, nós queremos com a missa”.
“Então, me paguem dois horários”. E, para que eles se casassem,
precisaram pagar por dois horários. Isso é um pecado escandaloso!”,
contou o Papa.
Ele pediu atitude dos fieis católicos
para combater esse tipo de corrupção e problemas da entidade, afirmando
que “quando aqueles que estão no Templo, sejam sacerdotes, laicos ou
secretários, se tornam exploradores” é preciso “ter a coragem de
denunciar”.
Jorge Bergoglio ainda
explicou o motivo de sua revolta com a questão do dinheiro. “Mas, o que
Jesus tem contra o dinheiro? É que a redenção é gratuita. A gratuidade
de Deus é trazida por Ele, a gratuidade total do amor de Deus. E quando a
Igreja ou as igrejas se tornam exploradoras, se diz que a salvação não
é… tão gratuita. Por isso, quando Jesus destroi tudo é um rito de
purificação no Templo”.
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