terça-feira, 18 de novembro de 2014

População reclama da falta de acessibilidade e manutenção em Ponta Negra. Recuperação de praças depende de licitação que deveria ter sido iniciada há nove meses na Semsur

CRÍTICAS

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Da vila ao conjunto. Da praia à principal avenida. O bairro de Ponta Negra coleciona problemas que afligem o cotidiano do morador e do turista: falta de acessibilidade na praia, obras inacabadas, insegurança e lixo jogado sobre o mato. Soma-se a isso, a falta de educação de uma parcela da população que o transtorno está completo.

Um dos símbolos mais tradicionais da comunidade da Vila de Ponta Negra estaria completamente descaracteriza não fosse o cruzeiro que resiste ainda erguido. No entorno da Praça do Cruzeiro, as calçadas estão esburacadas e falta o essencial: bancos. Segundo os moradores, a praça ficou sem bancos depois de uma reforma foi iniciada há quase dez anos e nunca finalizada. A única parte instalada são os pilares de sustentação, mas os assentos nunca apareçam por lá.

Para suprir a necessidade, os próprios moradores improvisaram bancos empilhando pedras. A buraqueira na calçada da praça também atrapalha o morador Ricardo Rodrigues Araújo de 50 anos. Os desníveis e as calçadas incompletas atrapalham qualquer pedestre, mas quase inviabiliza o bate-papo de Ricardo com amigos, visto que ele está com mobilidade reduzida.
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O morador enumerou algumas medidas básicas para mudar a realidade do bairro. “Ajeitar essa pracinha, que é quase centenária. Outra coisa é um posto de saúde, tipo uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento, que ia atender a Capim Macio também”, elencou.

A insegurança figura como um dos principais temores da população do bairro. Segundo ele, os assaltos são o tipo de crime mais comum. “Sexta-feira mesmo uma moça invadiu a casa do meu pai para se defender de dois [bandidos]. Eles queriam levar o dinheiro que ele tinha para pagar a conta de luz. A gente também precisa de uma delegacia 24 horas porque os noiados [drogaditos] estão tomando de conta da Vila de Ponta Negra”, contou Araújo.

Nas vias, a sinalização turística é deficiente. Na avenida Engenheiro Roberto Freire, as placas são raras. Na mesma rodovia estadual, o mato e o lixo começam a dominar o canteiro que divide a marginal das faixas principais. A empresária Renata Freitas sempre utiliza a marginal e já observou o crescimento do matagal e do depósito de lixo. “Nunca vi ninguém retirando. Acho que está na hora de dar mais atenção à Natal”, falou em tom crítico. Vale destacar que pela marginal passa a clientela de um shopping, escola de idiomas, academia de ginástica e clínica veterinária.

Dentro do conjunto Ponta Negra, a Praça Henrique Carloni (também conhecida como praça da Caixa d’Água Grande) passou por uma limpeza semana passada. Mas o que aflige os moradores são os galhos das árvores que, de tão grandes, encobrem a iluminação pública à noite.

No ponto de maior atração turística do bairro outro problema incomoda a nativos e turistas: as rampas supostamente feitas para dar acesso à orla da praia para cadeirantes. “Pra gente que tem perna é difícil pra descer, imagine para o cadeirante”, disse o Leonardo Moura, locatário de mesas e barracas na praia de Ponta Negra.

Ele já tentou ajudar uma pessoa com cadeira de rodas a descer pela rampa projetada pela Prefeitura de Natal, mas não conseguiu. Teve que levar o cliente por uma descida alternativa feita com sacos de areia. “Essa aqui para o cadeirante, mas é tipo um ‘esquibunda’, porque se você descer com uma cadeira de rodas por aqui vai bater lá no mar”, disse, referindo-se a inclinação da rampa.

Além disso, o comerciante reclama da quantidade de acessos, apenas dez em toda orla. Esse número, segundo ele, incluiu escadas e as rampas para cadeirantes “Deveria ter uma escada a cada 50 metros pelo menos”, sugeriu. A turista paulista Débora Petracconi e sua família não tiveram dificuldade para descer pelas escadas de madeira até a beira-mar. Mas observou que a rampa não seria adequada para quem usa cadeira de rodas. “Acho que ela deveria vir até mais à frente para o cadeirante descer com mais tranquilidade”, comentou.

À espera da burocracia
Não só as praças do bairro de Ponta Negra, como todas as outras da cidade estão à espera de uma licitação para este fim há nove meses. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), como a secretaria não possui Comissão Permanente de Licitação, o processo licitatório é encaminhado para outras pastas dotadas desse órgão. Neste caso, o processo foi encaminhado para a Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi). São 254 praças em Natal no aguarda desta licitação, que também servirá para recuperar os meio-fios da cidade.

A assessoria de imprensa informou que vai colocar a poda das árvores da praça Henrique Carloni no cronograma. Sobre o mato e o lixo na Engenheiro Roberto Freire, a Semsur informou também que vai absorver essa questão mesmo sendo uma rodovia estadual.

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