MEDICAMENTOS
Flávio Oliveira/Nominuto.com
Falta de medicamentos prejudicam pacientes, mas a expectativa da
secretaria de saúde do estado é de que dentro de 20 dias a situação seja
regularizada.
Depender da medicação fornecida pela Unidade Central de Agentes
Terapêuticos (Unicat) para manter tratamento médico é motivo frequente
de preocupação para boa parte das pessoas que precisam dos remédios
disponibilizados pelo Estado. A falta de medicamentos na unidade é algo
recorrente, sendo inclusive denunciada com frequência na imprensa.
Uma equipe do Nominuto.com esteve na tarde de ontem (27) na central de
distribuição no bairro do Tirol, e constatou que o problema persiste.
Uma senhora, que não quis se identificar reclamou que está há dois meses
sem conseguir o remédio para tratar a psoríase. “Faz 2 meses que venho,
já fiz quatro viagens e está faltando. Venho pegar o remédio para
psoríase, acitretina 25. Estou desde fevereiro tentando. Eles dizem que
vai chegar e nunca chega”, reclama.
Nossa equipe também acompanhou os casos de duas donas de casa para conseguir os medicamentos que necessitam.
A senhora Marlúcia Marciano, de 69 anos, chegou a confirmar que recebia o
remédio regularmente. “Estou recebendo, venho pegar o Lípitor, não sei
se hoje vai ter. Porque eu vim ontem, mas estava com a guia vencida e
tive que renovar. Minha irmã e cunhada receberam”, disse esperançosa.
Contudo, nesta última tentativa voltou para casa frustada. “O Lípitor de
20mg estava faltando, mas minha irmã e cunhada receberam o de 10mg, mas
hoje já não tem mais nenhum. O que se pode fazer? Mandaram procurar
saber na farmácia para ter alguma noção de quando vai ter novamente”,
lamentou.
A
aposentada Irene Pereira teve mais sorte. De acordo com Irene, ela faz
uso dos remédios fornecidos pela unidade há três anos, mas faz três
meses que sua família se esforça para adquirir o remédio por conta
própria. O motivo era a falta da medicação na Unicat. “Faz uns três anos
que venho pegar medicamento. Muitas vezes venho buscar e não tem, falta
demais. Venho pegar Alênia, para cansaço. Agora está com uns três meses
que a gente está comprado o remédio porque estava faltando aqui. Eles
disseram que não tinha e sem previsão de chegar”.
Irene Pereira disse que mora no distrito de Estivas, na cidade de
Extremoz e que precisa viajar até Natal para tentar buscar o
medicamento. Na saída da central de distribuição, a aposentada comemora
por não ter viajado em vão. “Hoje deu certo, mas foram mais de três
meses esperando. Eu vinha e diziam que não tinha, graças a deus hoje
consegui”, afirmou aliviada.
Uma funcionária, que pediu para não ser identificada, confirmou a
falta de vários medicamentos, citando dois bastante requisitados pela
população. A somatropina, um hormônio para crescimento, e o Calcitriol,
para tratar osteoporose, são difíceis de serem encontrados na Unicat.
Procurada pela equipe do Nominuto.com, a direção da Unicat não quis nos receber, informando para procurar a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) para falar sobre o problema.
Em nota, a Sesap informou que está trabalhando para garantir o
abastecimento dos medicamentos e insumos nos hospitais estaduais e
Unicat, sendo prioridade da atual gestão. A secretaria informou ainda
que com a abertura do orçamento geral do Estado, várias solicitações
para compras de medicamentos estão em tramitação e que a expectativa é
que dentro dos próximos 20 dias a distribuição de alguns medicamentos
seja regularizada. Sobre os remédios citados nesta reportagem, a
secretaria informou que a previsão de chegada é de 15 dias.
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