PROTESTOS
Os gritos pelo impeachment podem ficar mais fortes no
próximo protesto anti-Dilma Rousseff, marcado para 12 de abril, em
dezenas de cidades brasileiras. Grupo que mais tem se destacado na mídia
nas últimas semanas entre os movimentos contra a presidente, o Vem Pra
Rua passou a incluir o “Fora Dilma” em sua pauta, antes concentrada em
gritar contra a corrupção e pela reforma política no Brasil.
“Não é exatamente uma mudança de posicionamento. Agora
estamos assumindo para a manifestação que queremos a saída da
presidente do poder”, diz Rogerio Chequer, fundador e líder do grupo que
até semana passada rechaçava abraçar a pauta em favor da queda da
presidente. “Estamos acrescentando esta demanda àquelas que já
tínhamos.”
Com a opinião unânime em relação aos chamados “milicos”, o alvo de ataques dos grupos passou a ser o Vem Pra Rua, consequência da grande atenção que o movimento vem ganhando sem, no entanto, promover o pedido por impeachment da presidência – foco do Movimento Brasil Livre (MBL), o responsável por agendar tantos os atos do dia 15 quanto os do dia 12 de abril.
Na semana passada, Renan Santos, de 31 anos, um dos líderes do MBL, afirmou que o Vem Pra Rua conseguia ser tão prejudicial quanto os grupos pró-intervenção militar nos protestos e que isso poderia levá-lo a ser responsável por esvaziar as manifestações devido ao fato de suas pautas fugirem do principal objetivo dos atos.
“Ninguém sai de casa contra um inimigo genérico, contra a corrupção, pela esperança, pela probidade, pela ética. É um protesto contra a Dilma, com foco, cara e objetivo”, criticou Santos na ocasião. “Agora, se eles [Vem Pra Rua] começassem a tomar posições diferentes das do PSDB [principalmente em relação ao pedido de impeachment] até sentiríamos mais confiança em trabalhar com eles.”
Mesma opinião tinha Marcello Reis, do Revoltados Online, para quem o grupo liderado por Chequer tentava reivindicar para si a organização dos protestos contra a presidente, apesar de não gritar diretamente por sua queda. “Querem sentar na janelinha e ainda mudar o nosso foco? Isso não aceitamos”, atacou ele.
“Novos dados legitimam impeachment”
De acordo com Chequer, o posicionamento do Vem Pra Rua não mudou, só ganhou o acréscimo de uma nova pauta que coloca o grupo mais próximo aos outros que se posicionam contra a presidente da República. Isso ocorreu, afirma, “porque temos novos dados que, em nossa opinião, já podem configurar o impeachment”.
“Vemos uma série de possibilidades de ações políticas e jurídicas, incluindo de crime comum contra a Dilma. Mas não cabe a nós julgarmos. Nosso papel é canalizar a opinião das nossas bases que estão pedindo o ‘fora Dilma'”, diz ele.
Fonte: IG
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