terça-feira, 31 de março de 2015

Servidores estaduais ficam impedidos de fazer os empréstimos consignados. Igor Jácome Repórter Os servidores do Estado do Rio Grande do Norte estão impedidos de fazer empréstimos em instituições financeiras…

COMODATO

Foto: José Aldenir
Foto: José Aldenir
Igor Jácome
Repórter

Os servidores do Estado do Rio Grande do Norte estão impedidos de fazer empréstimos em instituições financeiras desde o dia 14 de março, de acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Direta (Sinsp/RN), Janeayre Souto. A edição do Diário Oficial daquele dia, um sábado, trazia o cancelamento do termo de comodato entre o governo e a empresa Zetra Soft, que gerenciava os contratos de crédito consignado na folha de pessoal do Estado. Desde então, não houve substituição da empresa e o serviço está suspenso.

“Recebemos 65 denúncias nos últimos dias. E acreditamos que isso vai aumentar muito de hoje para amanhã, porque são os dias de pagamento dos aposentados e os servidores da ativa”, afirmou a diretora sindical. De acordo com ela, o assunto deverá ser inserido na pauta da reunião que o Sinsp já havia solicitado ao Governo para tratar sobre a campanha salarial para o ano de 2015.

Janeayre afirma que 103 mil famílias foram prejudicadas pela atitude do Governo. “Não apresentaram nenhuma razão para cancelar o contrato, que não dava nenhuma despesa para o Estado. E isso sem uma empresa substituta”, explicou. “Está todo mundo sem saber o porquê e até quando essa situação vai ficar assim”, disse em seguida.

Procurada pela reportagem, a empresa afirmou que foi pega de surpresa pela resilição do contrato de comodato que mantinha com o Estado há nove anos. O contrato era válido até 2017. A empresa gerenciava o software Econsig, ao qual as instituições financeiras tem acesso para analisar o crédito consignado dos servidores, além de outros serviços. Planos de saúde e odontológico, por exemplo, também precisam das informações.

O Governo não tem custos com o serviço porque eles são absorvidos pelos próprios bancos que trabalham com crédito consignado. Esse tipo de crédito movimenta, por mês, cerca de R$ 40 milhões de reais. Além do Governo, a empresa de Minas Gerais atende a outros órgãos potiguares, como o Tribunal de Contas, Ministério Público, Tribunal de Justiça e Prefeitura de Natal.

O “termo de resilição de contrato” do Diário Oficial não traz qualquer razão para o cancelamento. Informa, entretanto que o cancelamento é imediato e usa a fundamentação legal do artigo 473 do Código Civil, que trata da resilição unilateral. O termo é assinado pelo secretária da Administração Direta e Recursos Humanos, Gustavo Maurício Nogueira.

Com a resilição, o governo fica com o sinal verde para assinar contrato de comodato com outra empresa. A reportagem procurou a Searh, durante a manhã de hoje (30) para questionar o motivo do cancelamento do contrato, o porquê de nenhuma outra empresa receber o comodato até o momento, ou se já haveria alguma nova instituição para assumir o serviço. Até o fechamento da reportagem (13h), porém, nenhuma resposta foi enviada.

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