O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou que deferiu o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, de autoria dos juristas Helio Bicudo, Reale Jr. e Janaina Paschoal. Segundo Cunha, a aceitação de pedido tem natureza técnica. Ele disse ainda que o processo seguirá a tramitação normal, com 'amplo direito ao contraditório'.
 
Após anunciar que aceitou o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) feito pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que não havia como postergar mais a decisão. "Não ficaria com isso na gaveta sem decidir", afirmou, ressaltando que "nunca na história de um mandato" houve tantos pedidos para afastamento do presidente.
 
Cunha afirmou que o pedido seguirá "processo normal", dando amplo direito ao contraditório ao governo, e negou indiretamente uma atitude de revanche em relação ao governo. "Minha posição será a mais isenta possível, sem nenhum espírito de torcida", afirmou. Na tarde desta quarta-feira, 2, a bancada do PT havia decidido votar contra o peemedebista no Conselho de Ética.
 
"Não tenho nenhuma felicidade de praticar esse ato", disse. "A decisão é de muita reflexão e de muita dificuldade". O presidente da Câmara afirmou que o País passa por muitas crises e que é preciso que a possibilidade de afastamento da presidente seja uma questão a ser enfrentada.
 
No início da coletiva de imprensa, Cunha afirmou que refutou pedidos baseados em acusações sobre mandatos anteriores ao atual e disse que entendeu como constrangimento acusações, divulgadas pela imprensa na segunda-feira, 30, de que teria recebido dinheiro do BTG em troca de aprovação de medida provisória que favoreceu o banco.
 
Deputados do PT classificaram o deferimento dos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira, 2, como uma "retaliação" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao voto da bancada do PT contra ele no Conselho de Ética da Casa, onde o peemedebista é alvo de representação por quebra de decoro parlamentar. Parlamentares petistas avaliaram que o argumento utilizado por Cunha não se sustenta e anunciaram que pretendem ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar o processo de afastamento de Dilma.
 
"Essa foi uma atitude revanchista do presidente da Câmara", afirmou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). "O anúncio é resultado do abuso de poder que o presidente da Câmara vem praticando desde que assumiu a Casa. O argumento justificado por ele não se sustenta", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ). 
 
O petista ressaltou que, se preciso, o PT "baterá a porta do Supremo" para barrar o processo. "Cunha, associado a partidos da oposição, quer dar o golpe", afirmou, lembrando que a sigla estudará medidas internas para barrar o processo também no plenário da Câmara.
 
por:Novo