Após uma espera de mais de um ano, o drama do pequeno Gabriel, de 6
anos de idade, parece que terá um fim. O transplante de rim para o
garoto será viabilizado com a cessão da UTI do Hospital Infantil Varela
Santiago.
A Secretaria de Saúde Pública do Estado
informou que, após tomar conhecimento do caso através de reportagem
publicada ontem no NOVO, se articulou para viabilizar a cirurgia. “A
Secretaria de Saúde entrou para intermediar”, afirmou o titular da
pasta, Ricardo Lagreca.
Segundo ele, a Unidade de Tratamento
Intensivo (UTI) onde deve ficar Gabriel depois de realizar o transplante
deve ser a do Hospital Infantil Varela Santiago. “Nós tomamos
conhecimento através de vocês dessa situação, e então falamos com os
médicos do Onofre Lopes e do Varela Santiago para intermediar o
processo”, disse o secretário.
Gabriel convive
desde que nasceu com uma patologia nos rins, e há 1 ano e 3 meses
conseguiu um doador, mas depende desde estão da disponibilização de uma
UTI para realizar o procedimento.
Lagreca informou
que o Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol) é o único credenciado
para fazer a cirurgia, porém a unidade não dispõe da Unidade de
Tratamento Intensivo. O secretário procurou o Hospital Infantil Varela
Santiago, que tem cunho filantrópico e é conveniado com a Sesap, para
receber o paciente na UTI pediátrica logo após a cirurgia.
Após
sua cirurgia, Gabriel deve permanecer alguns dias no Varela Santiago e,
em seguida, encaminhado de volta ao Huol, onde concluirá sua
recuperação.
Segundo o próprio Ricardo Lagreca, ele já recebeu
retorno da direção do Varela confirmando esse alinhamento com a equipe
de transplante do hospital universitário.
O
diretor do Hospital Infantil Varela Santiago, Paulo Xavier, confirmou
que o contato está sendo feito com a equipe do Huol, e que o
entendimento é que o Hospital Universitário disponibilizará uma equipe
para cuidar do garoto enquanto ele estiver na UTI.
Ainda
não há data prevista para a realização do transplante, mas a
expectativa é de que ele ocorra logo, para não prejudicar o quadro de
Gabriel. “Precisamos fazer, porque sabemos que a doença vai se agravando
e nós não temos o domínio dela”, explica Lagreca.
O
secretário disse ainda que, no Estado, o hospital que dispõe da
estrutura é o Walfredo Gurgel. No entanto a opção pelo Varela Santiago
se deu porque, após a cirurgia, as defesas de Gabriel vão ficar
bastantes baixas, e, estando ele no Walfredo, aumentava o risco de
contaminação.
Além da Sesap, uma comunidade
católica, a Vida Nova, também procurou a reportagem do NOVO para pedir o
contato da família com o intuito de ajudar de alguma maneira, através
de contatos com hospitais, a viabilizar a cirurgia.
A
família de Gabriel tomou conhecimento da repercussão do caso depois que
os médicos do Varela Santiago ligaram para Cláudio Dragão, o amigo da
família que será o doador do rim.
Gleise Silva,
mãe do garoto, comemorou a disponibilidade das pessoas que se
prontificaram a ajudar e torce para que, finalmente, Gabriel consiga
fazer o transplante. “Se Deus quiser vai dar tudo certo”, comemorou.
A história de Gabriel
A
edição de ontem do NOVO trouxe a público o drama da família do garoto
Gabriel, que luta para conseguir uma UTI para que ele realize um
transplante de rim.
Desde que nasceu, Gabriel é
submetido ao processo de diálise peritoneal, por conta da patologia que
também veio junto com ele ao mundo. O garoto sofre de rins policísticos,
uma doença que compromete o funcionamento dos órgãos que servem como
filtro do organismo.
Há um ano e três meses, um
amigo da família se dispôs a doar um rim para o menino e, no mesmo
espaço de tempo, os pais dele brigam para tentar arrumar uma Unidade de
Tratamento Intensivo (UTI) pediátrica, necessária para os cuidados
depois da cirurgia e requisito para a liberação do procedimento.
Enquanto a liberação dia não chega, Gabriel
mantém sua rotina diária. São 11 horas por dia de diálise peritoneal,
normalmente feita à noite, para não atrapalhar o dia do garoto de 6 anos
de idade.
Durante o processo, realizado de
domingo a domingo, Gabriel fica ligado por uma mangueira e um cateter à
que ajuda a remover os resíduos e o excesso de água do seu corpo.
De
maneira automática, o equipamento, que foi cedido à família pelo
serviço de saúde pública, controla a quantidade de líquidos para cada
troca, a infusão e o tempo de permanência.
Além
disso, de segunda a sábado Gleise precisa levar o pequeno Gabriel até um
clínica na rua Assu, em Petrópolis, para trocar o curativo depois que é
finalizado o procedimento da diálise.
A substituição do curativo não pode ser feita em casa pelo risco de oferece a possibilidade de inflamação.
A
família mora no conjunto Nordelândia, na Zona Norte. Para chegar até o
ponto de ônibus, o pai de Gabriel, Iramberg Ferreira, precisa levar os
dois de moto, porque a distância é muita.
De lá, mãe e filho pegam um coletivo e, por muitas vezes, levam toda a tarde para conseguir chegar em casa novamente.
Além
de toda a dificuldade que a patologia impõe, a família de Gabriel não
tem condições de custear o espaço em um hospital particular para que a
cirurgia ocorra.
Na modesta casa construída pelo próprio
Iramberg e seu irmão, moram, além do casal e do garoto, a avó de Gleise,
Dona Maria do Carmo, e a outra filha dos dois, Naili, de 8 anos.
A
renda da família vem do benefício recebido por Gabriel e do dinheiro
que Iramberg faz consertando autofalantes na oficina que montou nos
fundos do imóvel.
O amigo da família que se dispôs
a ser doador para o garoto, Cláudio Dragão, já perdeu mais de 20 quilos
para conseguir adequar as suas taxas e ter a liberação para o
transplante. “Já está tudo certo, só falta mesmo a UTI”, reforça Gleise.
Parceria viabiliza mutirão de tomografias
Para
atender à demanda reprimida do Estado no que diz respeito a
tomografias, o Hospital Infantil Varela Santiago firmou uma parceria com
a Secretaria de Saúde do Estado do RN e o Ministério Público e iniciou
um mutirão, que tem como objetivo acabar com a fila de espera de
crianças entre 0 e 17 anos, que atualmente ultrapassa a faixa de 1.500
usuários. Na fila de espera constam crianças que aguardam pelo
procedimento há mais de dois anos.
Por ser um
hospital voltado para o atendimento das crianças, a habilidade para
lidar com as mesmas e o acolhimento, marca registrada da Instituição,
têm resultado em um atendimento mais satisfatório e tranquilo,
dispensando, na grande maioria dos casos, o uso de anestesia.
O
agendamento dos exames está sendo feito através do Complexo Estadual de
Regulação. Serão atendidos usuários do SUS de todo o RN, respeitando os
critérios de regulação.
A tomografia é um método auxiliar para o diagnóstico de vários tipos de doenças, principalmente os tumores.
por: Rafael Duarte / NOVO
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