quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Enfim, Gabriel consegue UTI para transplante

TRANSPLANTE

Após uma espera de mais de um ano, o drama do pequeno Gabriel, de 6 anos de idade, parece que terá um fim. O transplante de rim para o garoto será viabilizado com a cessão da UTI do Hospital Infantil Varela Santiago.
 
A Secretaria de Saúde Pública do Estado informou que, após tomar conhecimento do caso através de reportagem publicada ontem no NOVO, se articulou para viabilizar a cirurgia. “A Secretaria de Saúde entrou para intermediar”, afirmou o titular da pasta, Ricardo Lagreca.
 
// Família de Gabriel encontrou em Claudio Dragão (azul) um doador, mas há um ano e três meses espera por uma UTI para conseguir receber o transplante
 
Segundo ele, a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) onde deve ficar Gabriel depois de realizar o transplante deve ser a do Hospital Infantil Varela Santiago. “Nós tomamos conhecimento através de vocês dessa situação, e então falamos com os médicos do Onofre Lopes e do Varela Santiago para intermediar o processo”, disse o secretário.
 
Gabriel convive desde que nasceu com uma patologia nos rins, e há 1 ano e 3 meses conseguiu um doador, mas depende desde estão da disponibilização de uma UTI para realizar o procedimento.
 
Lagreca informou que o Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol) é o único credenciado para fazer a cirurgia, porém a unidade não dispõe da Unidade de Tratamento Intensivo. O secretário procurou o Hospital Infantil Varela Santiago, que tem cunho filantrópico e é conveniado com a Sesap, para receber o paciente na UTI pediátrica logo após a cirurgia.
 
Após sua cirurgia, Gabriel deve permanecer alguns dias no Varela Santiago e, em seguida, encaminhado de volta ao Huol, onde concluirá sua recuperação.
Segundo o próprio Ricardo Lagreca, ele já recebeu retorno da direção do Varela confirmando esse alinhamento com a equipe de transplante do hospital universitário.
 
O diretor do Hospital Infantil Varela Santiago, Paulo Xavier, confirmou que o contato está sendo feito com a equipe do Huol, e que o entendimento é que o Hospital Universitário disponibilizará uma equipe para cuidar do garoto enquanto ele estiver na UTI.
 
Ainda não há data prevista para a realização do transplante, mas a expectativa é de que ele ocorra logo, para não prejudicar o quadro de Gabriel. “Precisamos fazer, porque sabemos que a doença vai se agravando e nós não temos o domínio dela”, explica Lagreca.
 
O secretário disse ainda que, no Estado, o hospital que dispõe da estrutura é o Walfredo Gurgel. No entanto a opção pelo Varela Santiago se deu porque, após a cirurgia, as defesas de Gabriel vão ficar bastantes baixas, e, estando ele no Walfredo, aumentava o risco de contaminação.
 
Além da Sesap, uma comunidade católica, a Vida Nova, também procurou a reportagem do NOVO para pedir o contato da família com o intuito de ajudar de alguma maneira, através de contatos com hospitais, a viabilizar a cirurgia.
 
A família de Gabriel tomou conhecimento da repercussão do caso depois que os médicos do Varela Santiago ligaram para Cláudio Dragão, o amigo da família que será o doador do rim.
 
Gleise Silva, mãe do garoto, comemorou a disponibilidade das pessoas que se prontificaram a ajudar e torce para que, finalmente, Gabriel consiga fazer o transplante. “Se Deus quiser vai dar tudo certo”, comemorou.
 
A história de Gabriel
 
A edição de ontem do NOVO trouxe a público o drama da família do garoto Gabriel, que luta para conseguir uma UTI para que ele realize um transplante de rim.
 
Desde que nasceu, Gabriel é submetido ao processo de diálise peritoneal, por conta da patologia que também veio junto com ele ao mundo. O garoto sofre de rins policísticos, uma doença que compromete o funcionamento dos órgãos que servem como filtro do organismo.
 
Há um ano e três meses, um amigo da família se dispôs a doar um rim para o menino e, no mesmo espaço de tempo, os pais dele brigam para tentar arrumar uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pediátrica, necessária para os cuidados depois da cirurgia e requisito para a liberação do procedimento.
 
// Desde que decidiu doar seu rim, Dragão luta ao lado da família de Gabriel pela chance de fazer a cirurgia
 
Enquanto a liberação dia não chega, Gabriel mantém sua rotina diária. São 11 horas por dia de diálise peritoneal, normalmente feita à noite, para não atrapalhar o dia do garoto de 6 anos de idade.
 
Durante o processo, realizado de domingo a domingo, Gabriel fica ligado por uma mangueira e um cateter à que ajuda a remover os resíduos e o excesso de água do seu corpo.
 
De maneira automática, o equipamento, que foi cedido à família pelo serviço de saúde pública, controla a quantidade de líquidos para cada troca, a infusão e o tempo de permanência.
 
Além disso, de segunda a sábado Gleise precisa levar o pequeno Gabriel até um clínica na rua Assu, em Petrópolis, para trocar o curativo depois que é finalizado o procedimento da diálise.
 
// Ricardo Lagreca, secretário de Estado da Saúde
 
A substituição do curativo não pode ser feita em casa pelo risco de oferece a possibilidade de inflamação.
 
A família mora no conjunto Nordelândia, na Zona Norte. Para chegar até o ponto de ônibus, o pai de Gabriel, Iramberg Ferreira, precisa levar os dois de moto, porque a distância é muita.
 
De lá, mãe e filho pegam um coletivo e, por muitas vezes, levam toda a tarde para conseguir chegar em casa novamente.
 
Além de toda a dificuldade que a patologia impõe, a família de Gabriel não tem condições de custear o espaço em um hospital particular para que a cirurgia ocorra.
 
Na modesta casa construída pelo próprio Iramberg e seu irmão, moram, além do casal e do garoto, a avó de Gleise, Dona Maria do Carmo, e a outra filha dos dois, Naili, de 8 anos.
 
A renda da família vem do benefício recebido por Gabriel e do dinheiro que Iramberg faz consertando autofalantes na oficina que montou nos fundos do imóvel.
 
O amigo da família que se dispôs a ser doador para o garoto, Cláudio Dragão, já perdeu mais de 20 quilos para conseguir adequar as suas taxas e ter a liberação para o transplante. “Já está tudo certo, só falta mesmo a UTI”, reforça Gleise.
 
Parceria viabiliza mutirão de tomografias
 
Para atender à demanda reprimida do Estado no que diz respeito a tomografias, o Hospital Infantil Varela Santiago firmou uma parceria com a Secretaria de Saúde do Estado do RN e o Ministério Público e iniciou um mutirão, que tem como objetivo acabar com a fila de espera de crianças entre 0 e 17 anos, que atualmente ultrapassa a faixa de 1.500 usuários. Na fila de espera constam crianças que aguardam pelo procedimento há mais de dois anos.
 
Por ser um hospital voltado para o atendimento das crianças, a habilidade para lidar com as mesmas e o acolhimento, marca registrada da Instituição, têm resultado em um atendimento mais satisfatório e tranquilo, dispensando, na grande maioria dos casos, o uso de anestesia.
 
O agendamento dos exames está sendo feito através do Complexo Estadual de Regulação. Serão atendidos usuários do SUS de todo o RN, respeitando os critérios de regulação.
 
A tomografia é um método auxiliar para o diagnóstico de vários tipos de doenças, principalmente os tumores.

por: Rafael Duarte / NOVO

Nenhum comentário:

Postar um comentário