A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal realizou uma
investigação em 13 casos de pessoas com sintomas das doenças Dengue,
Zika e Chikungunya provenientes dos bairros de Nossa Senhora da
Apresentação e Potengi, ambos localizados no Distrito Sanitário Norte 2;
e no bairro de Lagoa Azul, no Distrito Sanitário Norte 1. Dos casos
investigados, nove foram positivos para o vírus da Febre do Chikungunya.
Todos os casos foram negativos para o Zika vírus.
Dos
casos positivos para Chikungunya, sete foram provenientes do bairro de
Nossa Senhora da Apresentação e dois do bairro Potengi. Esses são os
primeiros casos confirmados de Chikungunya no Estado do Rio Grande do
Norte.
Os casos foram investigados no âmbito do
sistema de monitoramento ativo de arboviroses, o VigiaDengue, realizado
pelo Centro de Controle de Zoonoses do Departamento de Vigilância em
Saúde da Secretaria Municipal de Saúde em colaboração com o Laboratório
de Virologia do Instituto de Medicina Tropical do RN e do Departamento
de Microbiologia e Parasitologia da UFRN.
Diante
desse cenário, o secretário municipal de Saúde, Luiz Roberto Fonseca,
solicita aos profissionais de saúde, colaboração no sentido de estarem
em alerta ao padrão de ocorrência dessas doenças e imediatamente
realizarem a notificação e a requisição do exame laboratorial para
pesquisa de agentes etiológicos, como forma de elucidar o diagnóstico e
subsidiar as medidas de controle cabíveis, bem como à população em
relação aos sintomas da doença.
“A Chikungunya é
caracterizada por uma febre de início súbito (acima de 38,5 °C) por até
sete dias e artralgia ou artrite de início súbito não explicado por
outras condições. Além disso, a doença pode estar associada à cefaleia,
mialgia e exantema, sendo residente ou tendo visitado áreas endêmicas ou
epidêmicas até duas semanas antes do início dos sintomas ou que tenha
vínculo epidemiológico com caso confirmado. O nosso trabalho de combate
ao Aedes aegypti, norteado pelo Vigiadengue, tem surtido efeito e vamos
intensificar ainda mais as ações nas áreas mais críticas. Não vamos
perder essa guerra, mas para isso precisamos do engajamento de todos e a
população é nossa parceira”, afirma.
Abordagem de monitoramento
O
Vigiadengue é um sistema de monitoramento ativo com base na vigilância
epidemiológica e vigilância entomológica das arboviroses (doenças virais
transmitidas por meio de vetores) de importância para a saúde pública. A
nova abordagem tem a finalidade de realizar o monitoramento contínuo a
fim de identificar as áreas de maior risco para a ocorrência de surtos e
epidemias, além de criar categorias de risco, a partir da utilização de
indicadores epidemiológicos e entomológicos que já são utilizados na
rotina e outros a serem desenvolvidos, além de e estabelecer categorias
de intervenção ou estágio de resposta para cada nível de risco.
Com
a nova metodologia é possível classificar semanalmente a cidade em
áreas com distintos níveis de risco, orientar a intervenção de acordo
com o nível de risco de cada área, considerando as intervenções mais
adequadas para cada nível, além de mensurar e documentar o tempo entre a
identificação do risco e o início da resposta. Além disso, foi criado o
mapa de risco de Natal, que consegue investigar 100% dos casos
georreferenciados.
“Temos uma ação diferenciada em
cada bairro e podemos controlar, com antecipação, os possíveis surtos
epidêmicos que possam acontecer em alguns bairros. Com isso, conseguimos
bloquear o surto antes que ele se expanda e, se não evitar a epidemia,
diminuir o impacto dela”, explica o secretário de saúde.
MP prevê entrada forçada de agentes de saúde em imóveis
O
governo publicou ontem uma Medida Provisória que permite o ingresso
forçado de agentes de saúde em imóveis públicos e particulares
abandonados para ações de combate ao Aedes aegypti, transmissor da
dengue, da chikungunya e do vírus Zika.
O texto
autoriza ainda a entrada do agente público em casas onde o proprietário
não esteja para garantir o acesso e quando isso se mostre “essencial
para contenção de doenças”. O agente poderá, nestes casos, solicitar
auxílio de autoridade policial.
A MP estabelece
como imóvel abandonado aquele com flagrante ausência prolongada de
utilização, situação que pode ser verificada por características físicas
do imóvel, por sinais de inexistência de conservação, pelo relato de
moradores da área ou por outros indícios.
Já a
ausência de pessoa que permita o acesso do agente de saúde ao imóvel
fica caracterizada, conforme o texto, pela impossibilidade de
localização de alguém que autorize a entrada após duas visitas
devidamente notificadas, em dias e períodos alternados, dentro do
intervalo de dez dias.
Dados do Ministério da
Saúde divulgados apontam que, até o momento, 10,9 milhões de domicílios
foram vistoriados por agentes e por militares das Forças Armadas para
combate ao Aedes – o que representa 22% dos 49,2 milhões de imóveis
previstos.O relatório contabiliza 3.183 municípios visitados de um total
de 5.570 definidos para serem visitados por equipes em todo o país.
Durante
as vistorias, foram identificados 355 mil imóveis com focos do mosquito
(3,25% do total). A meta do governo é reduzir o índice de infestação
para menos de 1% do total de domicílios. Houve a recusa de acesso a
45.719 imóveis. Cerca 2,7 milhões de domicílios estavam fechados no
momento da visita.
Desde dezembro, 266 mil agentes
comunitários de saúde reforçam o combate ao Aedes aegyptinas
residências. Eles se juntaram aos 6.188 profissionais das equipes de
Atenção Domiciliar e aos 46 mil agentes de combate às endemias que já
realizam o serviço na comunidade. Além disso, 3,2 mil militares das
Forças Armadas reforçam, em 19 estados, as ações de eliminação dos focos
do mosquito da dengue.
OMS declara emergência internacional em saúde
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou ontem situação de
emergência em saúde pública de interesse internacional em razão do
aumento de casos de infecção pelo vírus Zika identificados em diversos
países e de uma possível relação da doença com quadros registrados de
malformação congênita e síndromes neurológicas.
A
diretora-geral da OMS, Margaret Chan, destacou que ainda é necessário
comprovar cientificamente a ligação entre infecções pelo vírus Zika em
gestantes e casos de microcefalia em bebês. As evidências, entretanto,
são consideradas fortes pelos especialistas do grupo. “É preciso
investigar e entender melhor a relação”, disse.
Margaret
Chan cobrou ainda uma resposta internacional coordenada por parte dos
países-membros para combater casos de infecção pelo vírus Zika no
mundo.
Durante coletiva de imprensa, ela avaliou que a
ausência de uma vacina contra o Zika e de testes de diagnóstico
confiáveis somados à falta de imunidade na população dos países afetados
pelo vírus constituem fatores de preocupação.
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