quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Rim doado a Gabriel por professor de luta é considerado incompatível

INCOMPATÍVEL
A saga do garotinho Gabriel, que há mais de um ano luta por um transplante de rim, tem novo capítulo após a viagem dele à cidade de Fortaleza. Na capital cearense, descobriu que não vai poder receber o órgão do doador que havia conseguido, por conta uma incompatibilidade identificada em exames realizados no Ceará.
 
No entanto, Gabriel, de 6 anos de idade, vai seguir com o tratamento em Fortaleza, que tem hospitais de referência em casos como o dele, e foi incluído em uma lista de espera para doação de rim pediátrico. O menino é o quinto da fila.
 
O professor de jiu-jítsu Cláudio Dragão, amigo da família que se dispôs a doar órgão a Gabriel, falou ontem com o NOVO, quando voltava para Natal junto com o garoto e a família. Eles chegaram ao Ceará na segunda-feira passada, mesmo dia em que tiveram o contato com a equipe médica que realizaria o procedimento.
 
Segundo Dragão, os médicos lhes informaram que o transplante seria um procedimento de risco em virtude do tamanho do doador em relação ao receptor. A criança não conseguiria aderir ao rim. A equipe médica informou à família e a Dragão que, após o procedimento, era provável que Gabriel não conseguisse irrigar com sangue o órgão, por conta do tamanho. Isso poderia gerar um atrofiamento do rim e provocar, inclusive, uma trombose no garoto.
 
“A médica disse que não valia a pena correr esse risco, visto que ele não corre risco de vida”, disse Dragão, reconhecendo que, apesar disso, alguns problemas que surgem em decorrência da insuficiência renal já aparecem no menino. Os pés de Gabriel começaram a atrofiar, o cabelo a cair e ele também tem dificuldade na fala. 
 
No entanto, ainda de acordo com Cláudio Dragão, o menino foi incluído na fila de espera por transplante de rins pediátricos e há tratamentos que podem minimizar os efeitos da doença até que seja realizada a cirurgia. Todo esse acompanhamento a Gabriel, incluindo as medicações, quando necessárias, serão feitos em Fortaleza.
 
Dragão explicou que não será necessário que a família se mude para o Ceará, entretanto Gabriel vai precisar ir algumas vezes para lá até que consiga o transplante. “Mas a assistente social daqui (Fortaleza) disse que o difícil era vir a primeira vez. A partir de agora, quando precisar, ela entra em contato com a assistente daí (Natal) e eles viabilizam tudo”, acrescentou.
 
Gabriel, a mãe Gleise Silva e Cláudio Dragão foram abrigados na Casa de Apoio Amigo de Jesus. De acordo com o doador, todas as refeições, translado e tudo que foi necessário à estadia foi providenciado para a família. “É um trabalho muito bonito que essas freiras fazem aqui para receber pessoas de todo o país”.
 
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), Gabriel foi incluído como paciente do setor Tratamento Fora de Domicílio (TDF) da pasta. O Estado providenciou passagens aéreas e ajuda de custo para o paciente, a acompanhante e para o doador.
 
O menino chegou ontem a Natal. Ainda não há data para o retorno à capital cearense, no entanto a expectativa da equipe que assumiu os cuidados a Gabriel é de que ele consiga o transplante em três ou seis meses.
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário