CONGRESSO
Senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Alvaro Dias (PV-PR) e Eunício Oliveira (PMDB-CE) (Marcos Oliveira/Agência Senado)
O plenário do Senado aprovou na tarde desta quarta-feira, por 69 votos a 0, em segundo turno a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 10/2013 que acaba com o foro privilegiado de autoridades em casos de crimes comuns, entre eles roubo, corrupção e lavagem de dinheiro. A medida, agora, segue para a Câmara dos Deputados, onde também deve ser apreciada em dois turnos por se tratar de uma alteração na Constituição.
Conforme a proposta, apenas os presidentes da República, da
Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF), além do
vice-presidente, continuarão com a prerrogativa de foro — sendo
julgados, portanto, pelo STF. Todos os demais — ministros, deputados,
senadores, governadores, ministros de tribunais superiores,
desembargadores, embaixadores, comandantes militares, integrantes de
tribunais regionais federais, juízes federais, membros do Ministério
Público e dos conselhos de Justiça — estarão submetidos à Justiça comum
de primeira grau, caso a medida seja chancelada pela Câmara.
Para conseguir a aprovação da maioria, as lideranças do
Senado fizeram um acordo para que o relator do projeto, senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP), retirasse o trecho que determinava a prisão de
parlamentares após a condenação em segunda instância, conforme havia
sido decidido pelo STF em novembro do ano passado. Segundo a assessoria
de Randolfe, ele discordava da alteração, mas precisou ceder para que a
medida passasse. O parlamentar, no entanto, anunciou que vai propor uma
outra PEC que trate sobre o tema.
A PEC já estava na pauta do plenário, pronta para votação,
há duas semanas. Os senadores, no entanto, decidiram se mobilizar
somente nesta quarta-feira, no mesmo dia em que o plenário do STF
iniciou o julgamento sobre o alcance do foro privilegiado. Relator do processo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso votou
para que a prerrogativa só fosse aplicada em crimes comuns cometidos no
exercício da função pública. A deliberação, no entanto, foi adiada pela
presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, para a sessão desta
quinta-feira, às 14 horas.
Segundo estudo da Consultoria Legislativa do Senado, mais de 54 mil pessoas no país são beneficiadas pelo foro privilegiado.
As autoridades apenas continuarão com o foro em casos de crimes de responsabilidade,
aqueles cometidos em razão do exercício do cargo público, como os
contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; a
segurança interna do país; a probidade na administração; a lei
orçamentária; e o cumprimento das leis e das decisões judiciais, entre
outros.
(Veja.Abril.com.br)
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