BRASIL, POLÍTICA
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, abre o seminário de
direitos humanos - 30/10/2017 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou nesta sexta-feira ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF),
um pedido para que ele reconsidere sua decisão de arquivar uma
investigação prévia sobre a suposta compra de sentenças judiciais por
executivos da JBS.
A investigação foi solicitada em outubro pela Procuradoria-Geral da República, após VEJA revelar
uma série de mensagens de celular trocadas pelo diretor jurídico do
Grupo J&F, Francisco de Assis e Silva, e uma advogada que trabalha
para a empresa, Renata Gerusa Prado de Araújo.
Na troca de mensagens, os dois traçam estratégias para obter
decisões favoráveis a empresas do grupo — seja por meio de “pagamentos
em espécie”, como eles próprios definem, seja por meio tráfico de
influência — em processos sob relatoria de uma desembargadora
federal, Maria do Carmo Cardoso, que vem a ser mãe da própria Renata, e
de pelo menos três ministros do Superior Tribunal de Justiça
(STJ): Napoleão Maia, Mauro Campbell e João Otávio Noronha.
No pedido arquivado por Lewandowski, Dodge se posicionava
favoravelmente a uma investigação prévia para que fosse realizada uma
perícia nas mensagens, com o objetivo de apurar se o material poderia
embasar um inquérito. O pedido foi negado pelo ministro sob o argumento
de que a PGR não apontou, na solicitação, indícios de autoria e
materialidade dos supostos crimes praticados pelo citados.
Na nova tentativa de abrir a investigação, Raquel Dodge
argumenta a necessidade de instauração do procedimento prévio para que
sejam alcançados os indícios da prática criminosa. Caso o ministro
autorize a abertura do inquérito, o caso deve tramitar no STJ. Procurado
pela reportagem, o grupo J&F não se manifestou.
(Por
Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário