CORINTHIANS CAMPEÃO BRASILEIRO
Jô marcou 18 gols no Campeonato Brasileiro (Alexandre Schneider/Getty Images)
“Quando o Jô foi anunciado, tive o cuidado de
perguntar a vários jogadores sobre ele. Infelizmente, liguei em Porto
Alegre e Belo Horizonte para saber do Jô e quase desisto de ser técnico
do Corinthians”, brincou o técnico Fábio Carille nesta
semana. A fama de festeiro e indisciplinado atrapalhava a carreira do
atacante de 30 anos, formado no Corinthians, que apesar de ter ganhado
vários títulos e até ter disputado uma Copa do Mundo era motivo de
desconfiança. Em janeiro, Jô jurou que havia amadurecido. Ajudado pela
religião, largou a bebida e se dedicou como nunca à família. E também ao
futebol: se tornou o artilheiro e símbolo deste surpreendente
Corinthians. E, doze anos depois, conquistou seu segundo título do Brasileirão pelo clube, desta vez como protagonista.
Jô chegou sob tanta desconfiança que nem era considerado titular no
início do ano. A história começou a mudar em 22 de janeiro. Ele estava
no banco, na reserva de Kazim, e entrou para marcar o gol da vitória por
1 a 0 sobre o Palmeiras, num jogo em que o Corinthians reclamou de ser
prejudicado pela arbitragem. Aquela vitória pelo Paulistão em Itaquera é
apontada no clube como o momento de virada do time, que ganhou
confiança e arrancou para as conquistas do estadual e do Brasileirão.
Baladeiro? Jô ganhava nova alcunha: o rei dos clássicos.
O atacante alto e canhoto marcou sete gols em confrontos contra
rivais estaduais em 2017: três contra o São Paulo, dois contra o
Palmeiras e dois contra o Santos. Também deixou sua marca em jogos-chave
do Brasileirão, como contra a Chapecoense, no segundo turno. Até mesmo
em momentos turbulentos do ano, Jô também esteve sempre presente:
escapou de suspensão no Paulistão graças a um belo gesto de fair-play do são-paulino Rodrigo Caio; marcou um teve gol anulado por impedimento contra o Flamengo; e causou enorme confusão ao marcar, de braço, o gol da vitória sobre o Vasco, em Itaquera.
Naquela ocasião, Jô foi bastante criticado por não ter avisado ao árbitro que seu gol foi irregular. “Algumas
coisas que me deixaram chateado foram julgamentos sobre meu caráter e
minha conduta fora de campo e acho que não é um lance desse que vai
manchar o que sou”, disse Jô naquela semana. De fato, o jogador
comprovou, ao longo de toda a sua temporada, o seu amadurecimento.
Defendeu – e até cobrou – alguns companheiros quando necessário. Diante
da recente pichação de muros do Parque São Jorge,
foi o escolhido para dar entrevista e apagar o incêndio. E, mais
importante que isso, foi o goleador de um time com limitações ofensivas.
Com 18 gols, é o artilheiro e campeão do Brasileirão que ainda tem três
rodadas por jogar.
(Veja.Abril.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário