PRIVATIZAÇÃO
© Alan Santos/PR
O governo Jair Bolsonaro tenta
fechar a conta das concessões e outorgas previstas para este ano, com a
ambição de atingir os US$ 20 bilhões (cerca de R$ 75,3 bilhões)
prometidos pelo ministro Paulo Guedes. Para acelerar esse plano, o
Ministério da Economia pediu às agências reguladoras
informações sobre
projeções de receitas de concessões para este ano nas áreas de petróleo,
mineração e energia. Já o Programa de Parceria de Investimentos (PPI)
enviará aos ministérios que possuem estatais os planos que incluem
privatização, liquidação e extinção.
A tarefa, no entanto, não será nada fácil. Desde maio de 2016, a
União arrecadou R$ 46,4 bilhões em bônus de outorga (pagamento pelo
direito de explorar um bem público) em concessões e privatizações de
estatais, segundo dados do PPI. Em 30 meses, o governo Michel Temer
concluiu 124 projetos nas áreas de energia, rodovias, aeroportos,
portos, óleo e gás.
A área de petróleo foi a que mais trouxe
recursos para o governo, com R$ 28 bilhões. Para os primeiros 100 dias
de governo, a previsão é que os leilões na área de ferrovias, aeroportos
e portos arrecadem R$ 2,3 bilhões em outorga.
O sócio gestor da Inter B.Consultoria, Claudio Frischtak, avalia que a
previsão de Guedes é muito otimista e provavelmente está relacionada à
promessa do ministro de zerar o rombo nas contas públicas - está
previsto um déficit de R$ 159 bilhões este ano. "Eu ficaria surpreso se
essa previsão se confirmasse e gostaria de ser surpreendido. Mas sabemos
que o processo de concessões e privatizações é demorado", afirmou.
"Temos uma gama de estatais para privatizar, mas poucas são
significativas sob o ponto de vista de geração de recursos para o
Tesouro. O objetivo principal, aliás, não deve ser arrecadar, mas sim
uma gestão melhor e sem captura política."
Estatais
O governo conta hoje com 135
estatais, das quais 117 do setor produtivo e 18 na área financeira.
Entre as principais estão Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Correios,
Petrobras e Eletrobrás.
A venda de subsidiárias dessas empresas,
no entanto, gera recursos para a respectiva holding, e não para a União.
O impacto para o Tesouro Nacional só ocorreria por intermédio da
arrecadação de impostos ou por dividendos.
Possuem estatais sob
sua supervisão e devem receber ofícios do secretário especial do PPI,
Adalberto Vasconcelos, os ministérios de Minas e Energia, Economia,
Infraestrutura, Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações,
Agricultura, Defesa, Saúde, Educação e Desenvolvimento Regional, além da
própria Presidência da República.
A decisão final a respeito do
futuro dessas empresas passa pelos ministérios setoriais, que podem
fazer sugestões e alterações nos planos do PPI.
Uma barreira aos planos do governo é a situação econômico-financeira
das empresas candidatas à privatização. Desde 2016, a União conseguiu
privatizar sete distribuidoras de energia que pertenciam à Eletrobrás.
Porém, a única que rendeu bônus para a União foi a Celg, de R$ 2,2
bilhões.
(As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)
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