Indígenas da tribo Pataxó Ha-ha-hae olham para o rio Paraopeba enlameado, depois que uma barragem da mineradora Vale SA cedeu, em São Joaquim de Bicas, perto de Brumadinho, Minas Gerais - 25/01/2019 (FUNAI/Reuters)
As águas do Rio Paraopeba, que corta Brumadinho, apresentam riscos à saúde humana e animal. É o que aponta um comunicado conjunto das Secretarias de Estado de Saúde, do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais divulgado na noite desta quarta-feira, 30.
Membro da equipe de resgate carrega galo sobrevivente do rompimento de barragem em Brumadinho, Minas Gerais - 30/01/2019 (Adriano Machado/Reuters)
Bombeiro hidrata cão farejador após operação de resgate de vítimas do rompimento de barragem em Brumadinho (MG) - 30/01/2019 (Adriano Machado/Reuters)
O texto adverte que qualquer pessoa que
tenha tido contato, ingerido ou consumido alimentos preparados com a
água que apresentarem náuseas, vômitos, coceira, diarreia, tontura ou
outros sintomas deve procurar a unidade de saúde mais próxima. O rio foi
atingido pelo rompimento da Barragem Mina do Feijão.
As análises foram feitas com mostras
coletadas entre os dias 25 (quando o acidente ocorreu) e 29. Foram
encontrados valores até 21 vezes acima do aceitável de chumbo total e
mercúrio total. Também foi constatada a presença de níquel, chumbo,
cádmio, zinco no dia 26 em um dos pontos de monitoramento.
Diante dessa situação, o governo de Minas Gerais desaconselha o uso da
água para qualquer finalidade até que a situação esteja normalizada. A
recomendação vale desde a confluência do Rio Paraopeba com o Córrego
Ferro-Carvão até Pará de Minas. Deve ser respeitada uma área de cem
metros das margens acometidas.
Lama de barragem já percorreu 100 km
Um levantamento realizado pela
consultoria Ramboll indica que a lama da barragem da mina de Córrego do
Feijão, em Brumadinho (MG), já percorreu cerca de 100 quilômetros até a
quarta-feira 30. Pelos cálculos da consultoria, a lama está descendo a
uma velocidade de 1 quilômetro por hora, mais lentamente do que no
vazamento de Mariana (MG), ocorrido em 2015.
Com base em informações de dezenas de
nanosatélites, a equipe de geosoluções da consultoria estima que a lama
deverá alcançar o reservatório da refinaria de Três Marias, que fica a
340 quilômetros do local do acidente. Isso significa, necessariamente,
que a lama deve ultrapassar a barreira do reservatório de Retiro Baixo.
Diferentemente de Mariana, a lama de
Brumadinho desce mais lentamente porque ela está mais densa. No primeiro
episódio, uma segunda barragem – de água – também se rompeu, fazendo
com que a lama se diluísse e ampliasse a área atingida.
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