quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Vale vai desativar barragens iguais às de Brumadinho e Mariana. Suspensão representará uma redução na produção de 40 milhões de toneladas por ano de minério de ferro, o equivalente a 10% da volume total da companhia

TRAGÉDIA EM BRUMADINHO/MG

O presidente da companhia, Fabio Schvartsman, disse que a empresa possui 19 barragens funcionando pelo sistema de alteamento a montante (Globonews/Reprodução)

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, anunciou na noite desta terça-feira, 29, que a companhia irá paralisar temporariamente a produção de minério de ferro e desativar todas as dez barragens semelhantes às que romperam em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.

Nas duas cidades mineiras, a mineradora utilizava o método conhecido como alteamento a montante, no qual a barragem vai subindo na forma de degraus de acordo o volume dos rejeitos vai aumentando.


Segundo Schvartsman, a empresa tinha 19 barragens funcionando por esse sistema, mas nove já estavam desativadas. Para fazer a desativação das dez que restaram, a Vale precisará suspender a produção por medida de segurança.

De acordo com ele, a suspensão representará uma redução na produção de 40 milhões de toneladas por ano de minério de ferro, o equivalente a 10% da volume total da companhia.

“É um esforço inédito de uma empresa de mineração no sentido de dar resposta cabal à altura da enorme tragédia que tivemos em Brumadinho”, disse ele referindo-se ao rompimento da barragem na sexta-feira passada, que deixou 84 mortos. 

O processo de descomissionamento, que significa devolver a barragem à natureza, demora de 1 a 3 anos. O custo para a desativação das estruturas será de 5 bilhões de reais.

Segundo Schvartsman, os projetos estão prontos e serão enviados aos órgãos responsáveis nos próximos 45 dias. “Após a concessão das licenças ambientes, iniciaremos imediatamente o processo para que todas sejam descomissionadas.”

Todas as 19 barragens que serão desativadas ficam em Minas Gerais. Vale garante que não irá demitir funcionários em razão dessa redução, e sim absorvê-los em outros locais de mineração.


“O normal seria demitir”, disse Schvartsman, que disse que, no entanto, os cerca de 5.000 trabalhadores envolvidos nessas barragens seriam absorvidos pelas demais unidades da companhia – a Vale tem aproximadamente 85 mil funcionários.


(Veja.com.br)

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