quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Com Messi em dúvida e Brasil pressionado, Copa América 2019 sorteia grupos. Sorteio das chaves começa às 20h30 (de Brasília), no Rio

COPA AMÉRICA
 
 Neymar, Messi e Suárez: antigo trio MSN será rival na Copa América (Robbie Jay Barratt/AMA/Chris Brunskill/Fantasista/Aurelien Meunier/Getty Images)

A Copa América de 2019 ganhará forma nesta quinta-feira, 24, no sorteio dos grupos que acontece às 20h30 (de Brasília), na Cidade das Artes do Rio de Janeiro. A 46ª edição do torneio retornará ao Brasil após 30 anos e, assim como em 1989, a seleção brasileira espera tirar das costas uma grande pressão com o título no Maracanã. A Argentina, que ainda não sabe se terá seu astro Lionel Messi, também precisa da conquista depois de dois vice-campeonatos traumáticos com derrotas para o Chile.

Outras atrações do torneio serão o Uruguai, dos goleadores Luis Suárez e Edinson Cavani, a forte seleção colombiana e o Paraguai, agora dirigido pelo técnico colombiano Juan Carlos Osorio. Além das dez seleções filiadas à Conmebol, o torneio, que vai de 14 de junho a 7 de julho, terá a participação de dois convidados inusitados: Catar e Japão.

Cafu comanda o sorteio

Embaixador do torneio continental, o ex-lateral Cafu comandará o sorteio que terá início às 20h30 (horário de Brasília). Outras estrelas do passado e do presente, como os brasileiros Zico, Marta e Ronaldinho, o argentino Javier Zanetti e o paraguaio Romerito participarão da festa de gala.

Em sua quinta Copa América como anfitrião, o Brasil será um dos três cabeças de chave do sorteio, ao lado de Uruguai (7º no ranking Fifa), maior campeão do torneio com 15 títulos, e Argentina (11ª) – a delicada situação dos argentinos, que não comemoram um título há 26 anos, não os impediu de liderar um dos grupos, graças à classificação utilizada pela Conmebol para distribuir as equipes nos quatro potes.

No segundo pote estarão a forte Colômbia, o atual bicampeão continental Chile e o Peru, que disputou a Copa da Rússia, enquanto o terceiro recipiente terá Venezuela, Paraguai e Japão, convidado pela segunda vez a disputar o torneio de seleções mais antigo do mundo.

Já no quarto pote aguardarão Equador, Bolívia e Catar – o último não poderá cair no mesmo grupo da outra seleção convidada na fase de grupos.

Messi faz mistério, mas deve vir

Lionel Messi viveu a grande frustração de sua carreira, a derrota para a Alemanha na final da Copa de 2014, no Maracanã. E é justamente no templo do futebol brasileiro que o gênio do Barcelona espera se livrar de todos os seus pesadelos, no dia 7 de julho.

Messi não veste a camisa da Argentina desde a eliminação para a França nas oitavas de final da Copa do Mundo. Não anunciou a aposentadoria do time, mas pediu um tempo de descanso após tantas derrotas amargas. Mas, no renovado grupo que vem sendo montado pelo técnico interno Lionel Scaloni – e que contará agora com o veteraníssimo César Luis Menotti como diretor de seleções -, acredita-se que o camisa 10 estará no Brasil.

Sem título desde a Copa América de 1993 e derrotada em quatro das últimas cinco finais continentais, os antecedentes da Argentina são péssimos. No entanto, a possibilidade de erguer um troféu na casa do maior rival deve ser motivação suficiente para impulsionar a talentosa equipe.

 Messi reage ao gol da Alemanha na final da Copa no Maracanã, no Rio
 Messi sofreu no Maracanã em 2014 (Alexandre Battibugli/VEJA)

Chance de redenção para o Brasil

O Brasil também não pode relaxar. Com o trauma do 7 a 1 contra a Alemanha ainda vivo e mais uma decepção na Copa da Rússia, a seleção precisa demonstrar um bom futebol em casa. Com “apenas” oito títulos continentais (contra 15 do Uruguai, e 14, da Argentina), o Brasil nunca teve na Copa América uma obsessão. Mas, este ano, é diferente.

Erguido ao status de salvador da pátria após as eliminatórias, Tite se vê agora pressionado pela campanha decepcionante na Rússia, onde chegou como favorito e caiu nas quartas diante da Bélgica. Apesar do apoio público dos dirigentes da CBF, Tite sabe que terá o cargo ameaçado em caso de um novo fracasso. É também uma oportunidade para Neymar se redimir das críticas que recebeu após o Mundial e se firmar como um dos maiores craques do planeta.

Disputa aberta e equilibrada

Brigam também pelo título o aguerrido Uruguai de Luis Suárez e Edinson Cavani, dispostos a esquecer a decepção russa – onde foram eliminados pela França nas quartas -, e o bicampeão Chile.

Depois de ver sua geração dourada fazer história dois anos seguidos, o Chile viveu o anticlímax em 2017 ao ficar de fora da Copa da Rússia. Agora, sob o comando do colombiano Reinaldo Rueda, ex-Flamengo, buscará dar a volta por cima.

A Colômbia de James Rodríguez chegará ao Brasil em plena reformulação, ainda sem técnico fixo após a saída de José Pekerman. Também passam por reconstruções Equador e Paraguai, agora treinado por Juan Carlos Osorio. Já o Peru confia em Ricardo Gareca para liderar novamente uma seleção que voltou a disputar a Copa do Mundo após 36 anos.

Muito mais complicada parece ser a missão das fracas Bolívia e Venezuela, ou de Japão e Catar. Mas, se tem algo que a frenética Copa do Mundo da Rússia deixou claro, é que o equilibrado futebol mundial não espera por ninguém.

Nem por suas velhas campeãs.



(com AFP)

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