Vista aérea da região afetada pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG) - 26/01/2019 (Andre Penner/AP)
A multidão de protagonistas e coadjuvantes agrupa corruptos acampados na Agência Nacional de Águas e na Agência Nacional de Mineração, comparsas infiltrados no Ministério de Minas e Energia, campeões da vadiagem que infestam os órgãos encarregados de zelar pelo segurança das barragens, engenheiros vigaristas, fiscais bandidos a serviço de mineradoras, parlamentares que impedem o endurecimento da legislação, ineptos fantasiados de promotores de Justiça e magistrados que, por safadeza ou estupidez, poupam de punições os delinquentes que produzem tsunamis de rejeitos. Fora o resto.
A contemplação do passado informa que o Brasil se habituou a só colocar fechadura em porta arrombada. Para que essa deformação repulsiva deixe de obstruir o caminho que encurta a chegada ao futuro civilizado, é preciso transformar em marco zero o drama que assombrou novamente o mundo. Os autores da tragédia de Brumadinho são casos de polícia. Têm de aprender que já não existem condenados à perpétua impunidade. A direção da empresa merece exemplares castigos financeiros. Todos os envolvidos no crime merecem cadeia.
(Augusto Nunes/Veja.com.br)
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